“Nada faças por contenda ou por vanglória, mas
por humildade.” Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2, versículo 3.)
O serviço
que o Evangelho de Jesus nos propõe realizar é infinito, e na sua órbita, só há
lugar para as criaturas de bons propósitos e de ideias sadias em sua expressão
substancial. Se, na natureza cada árvore produz segundo a sua espécie, no
trabalho cristão, cada discípulo só poderá contribuir em conformidade com sua
capacidade de compreensão e ao nível de sua posição evolutiva.
A reencarnação
não nos recebe na posição de alguém de férias em uma estação de lazer em busca
de prazer, a Terra é uma abençoada oficina de trabalho redentor,
ofertando-nos oportunidade de aprendizado e de realização para reequilíbrio e
ajuste diante das Leis Divinas que regem os destinos das criaturas em nosso
planeta.
167. Qual o fim objetivado com a
reencarnação?
“Expiação,
melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”¹
Dessa
forma, é razoável que saibamos valorizar a presente oportunidade reencarnatória,
aprendendo a desenvolver e fazer uso dos valores do Espírito imortal que somos,
para a prática da caridade, ajudando e facilitando o quanto nos for possível,
ensejo de progresso também aos nossos semelhantes.
“É indispensável acionar as possibilidades
da nossa cooperação fraterna, os recursos ainda que reduzidos de nossa bolsa, o
nosso concurso pessoal, o nosso suor e as nossas horas, a benefício daqueles
que a sabedoria Divina situou em nossa estrada para testemunharmos a própria
fé”.¹
Por
compreender a essência dessa verdade, o apóstolo Paulo afirmava que “nada
deveremos fazer por espírito de contenda ou de vanglória, mas, sim, por ato de
humildade,² isto é, quando praticarmos alguma ação que ultrapasse
o quadro das nossas obrigações diárias, que essa nossa atitude não seja
motivada por um desejo íntimo e injusto de supremacia, ou de evidência.
“Reflete, pois, na liberdade íntima e
pessoal de que dispões para fazer o bem, amplamente, ilimitadamente,
constantemente ...” ³
Os
Espíritos Amigos nos prescrevem trabalhar na Seara do Mestre de Nazaré, ao
limite de nossas possibilidades na certeza de que, servindo aos outros, com
humildade, sem contendas e vanglórias, estaremos nos fazendo instrumentos de
seu amor e nos candidatando aos benefícios que só a paz do dever bem cumprido
poderá nos proporcionar.
“... Principalmente ao ensino dos
Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do
Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho,
que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo
dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que
o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas
para a maioria dos homens.
O ensino dos Espíritos, reproduzindo
essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo-as e comentando-as, para
pô-las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito: todos,
letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber,
pois que os Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam,
diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode
desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido
alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar-se,
que as admira como coisas interessantes c curiosas, sem que lhe toquem o
coração, que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos
egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo,
mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade”. 4
Bibliografia:
1- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos.
FEB. 76ª edição.
2- Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2,
versículo 3.)
2- Xavier, Francisco Cândido-Livro
Palavras de Vida Eterna, Edição CEC, 24ª edição. Cap. 11.
4- Xavier, Francisco Cândido-Livro
Palavras de Vida Eterna, Edição CEC, 24ª edição. Cap. 120.
5- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. FEB. 112ª edição, Cap. XVIII, item 12.
Francisco
Rebouças.