O trabalho é uma lei da Natureza, constitui uma
necessidade.
Todas as vezes que
decidimos estudar a lição dedicada aos trabalhadores da última hora, nas
sublimes páginas do Evangelho de Jesus de Nazaré, recordamos que realmente,
trabalhando, é possível realizar todas as metas que nos propomos atingir,
diante dos desafios apresentados pelos emissários Divinos, para o nosso
crescimento moral e espiritual na presente encarnação.
Os Espíritos
Superiores nos ensinam que o trabalho é Lei Divina a que todos estamos
submetidos conforme segue nas seguintes perguntas de O Livro dos Espíritos:
647. A necessidade do trabalho é lei da Natureza?
“O trabalho é lei
da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização
obriga o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os
gozos.”
678. Em os mundos mais aperfeiçoados, os homens se acham submetidos à mesma
necessidade de trabalhar?
“A natureza do
trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto menos
materiais são estas, menos material é o trabalho. Mas, não deduzais daí que o
homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício, em vez de
ser um benefício.”
679. Achar-se-á isento da lei do trabalho o homem que possua bens suficientes
para lhe assegurarem a existência?
“Do trabalho
material, talvez; não, porém, da obrigação de tornar-se útil, conforme aos
meios de que disponha, nem de aperfeiçoar a sua inteligência ou a dos outros, o
que também é trabalho. Aquele a quem Deus facultou a posse de bens suficientes
a lhe garantirem a existência não está, é certo, constrangido a alimentar-se
com o suor do seu rosto, mas tanto maior lhe é a obrigação de ser útil aos seus
semelhantes, quanto mais ocasiões de praticar o bem lhe proporciona o
adiantamento que lhe foi feito.”
680. Não há homens que se encontram impossibilitados de trabalhar no que quer
que seja e cuja existência é, portanto, inútil?
“Deus é justo e,
pois, só condena aquele que voluntariamente tornou inútil a sua existência,
porquanto esse vive a expensas do trabalho dos outros. Ele quer que cada um
seja útil, de acordo com as suas faculdades.”(1)
Através do
trabalho, o coração contaminado pelo veneno tóxico do desânimo pode enfrentar e
converter corajosa e imediatamente as trevas da amargura, a falta de esperança,
a tristeza sem fundamento etc., em claridades imperecíveis de alegria e fé,
visualizando horizontes novos no porvir. Pois, é justamente pala bênção do
trabalho que a criatura, frágil, se fortalece pouco a pouco, dominando o campo
em que respira, vive e prospera.
Na ação ditosa do trabalho, a mente desarmonizada pelo veneno do ódio, da
revolta ou da desesperação, encontra recursos para compreender as próprias
lutas com mais clareza, aprendendo a transformar revolta e desespero em
paciência, perdão e ação produtiva na busca do bem-estar que só o equilíbrio
pode produzir.
Na luta renovadora
do trabalho, a alma perdida em discussões e discórdias encontra surpresa o
gosto saboroso da luz, da harmonia e da paz, e depois de longas noites de
conflito e dissabores percebe finalmente que o mau se faz bom, o adversário se
transforma em amigo, o infeliz encontra a harmonia invisível e brilhante na
consciência pacificada pelo dever retamente cumprido. Assim sendo, urge
recordarmos as palavras e exemplos de Jesus, e trabalharmos decididamente na
extensão do bem em volta dos nossos passos.
O Senhor aguarda
contar também com nossos braços, na luta da Luz contra as Trevas, por nossa
cooperação cada dia como dignos instrumentos de Sua Divina Bondade, para a
implantação e crescimento do Seu Evangelho nos corações aflitos e
desesperançados de seus irmãos em humanidade.
Inicialmente
combatamos as sombras densas e guerras escuras do nosso próprio eu, para que em
seguida, bem mais dispostos e capacitados, possamos melhor nos devotar ao
serviço de Deus, no exercício da caridade para com o nosso próximo mais
próximo, alegrando a vida dos nossos semelhantes com as nobres atitudes dos
verdadeiros Discípulos de Jesus, na certeza de que é este o segredo para que
encontremos a nossa própria felicidade.
Que Jesus nos guie
e guarde hoje e sempre!
1. KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos. FEB, 76ª edição.
Francisco Rebouças