Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Estudos Doutrinários

Parábola do mau rico
Justificar
Havia um homem rico, que vestia púrpura e linho e se tratava magnificamente todos os dias. — Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, — que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ,ninguém lhas dava e os cães lhe viam lamber as chagas.

Ora, aconteceu que esse pobre morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão. O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno.
— Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e via de longe Abraão e Lázaro em seu seio — e, exclamando, disse estas palavras: Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.

Mas Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de que recebeste em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora esta na consolação e tu nos tormentos.

Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passar do lugar onde estás para aqui.

Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, — onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento. — Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem. — Não, meu pai Abraão, disse o rico: se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência. — Respondeu-lhe Abraão: Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite. (S. LUCAS, cap. XVI, vv. 19 a 31.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 5.
JFCR - Espiritista

Solidariedade

Enquanto disponhas de tempo e recurso, cultiva a solidariedade.

És um ser social e necessitas da convivência com teu próximo, a fim de colimares as metas para as quais renasceste.

A solidariedade é um dos instrumentos mais valiosos para o êxito do tentame.

Torna-te útil, sê gentil, esparze a bondade, e, em compensação jamais te encontrarás a sós.

Livro: Vida Feliz
Divaldo Pereira Franco
Pelo espírito: Joanna de Angelis.

JFCR - Espiritista

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Desobsessão

Amigos estamos dando continuidade ao estudo dos capítulos do livro Desobsessão, para que melhor possamos nos apresentar na Seara do Mestre de Nazaré para servir em seu nome.
31- CONSULTAS AO MENTOR

Começada a reunião, o dirigente, por vezes, tem necessidade de ouvir o mentor espiritual para o exame de assuntos determinados.
Freqüentemente, é um amigo que deseja acesso à reunião e que não pode ser acolhido sem a consulta necessária; de outras, é a localização mais aconselhável para as visitas que venham a ocorrer, é a ministração de socorro medicamentoso ou magnético a esse ou àquele companheiro que se mostre subitamente necessitado de assistência, é a pergunta inevitável e justa em derredor de problemas que sobrevenham no mecanismo da equipe, ou o pedido de cooperação em casos imprevisíveis.
Nessas circunstâncias, o dirigente esperará que o mentor finalize a pequena instrução de início, através do médium responsável, e formulará as indagações que considere inevitáveis e oportunas.

32- MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)

As manifestações de enfermos espirituais irão até o limite de uma hora a uma hora e meia, na totalidade delas, para que a reunião perdure no máximo por duas horas, excluída a leitura inicial.
O Espírito desencarnado em condição de desequilíbrio e sofrimento utiliza o médium psicofônico (ou mais propriamente, o médium de incorporação), com as deficiências e angústias de que é portador, exigindo a conjugação de bondade e segurança, humildade e vigilância no companheiro que lhe dirige a palavra.
Natural venhamos a compreender no visitante dessa qualidade um doente, para quem cada frase precisa ser medicamento e bálsamo. Claro que não será possível concordar com todas as exigências que formule; no entanto, não é justo reclamar-lhe entendimento normal de que se acha ainda talvez longe de possuir.
Entendamos cada Espírito sofredor qual se nos fosse um familiar extremamente querido, e acertaremos com a porta íntima, através da qual lhe falaremos ao coração.
Neste e nos próximos capítulos são indicadas algumas atitudes naturais dos médiuns psicofônicos em transe.

33-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)

Os médiuns esclarecedores, pelo que ouçam do manifestante necessitado, deduzam qual o sexo a que ele tenha pertencido, para que a conversação elucidativa se efetue na linha psicológica ideal; analisem, sem espírito de censura ou de escândalo, os problemas de animismo ou mistificação inconsciente que porventura venham a surgir, realizando o possível para esclarecer, com paciência e caridade, os médiuns e os desencarnados envolvidos nesses processos de manifestações obscuras, agindo na equipe com o senso de quem retira criteriosamente um desajuste do corpo sem comprometer as demais peças orgânicas; anulem qualquer intento de discussão ou desafio com entidades comunicantes, dando mesmo razão, algumas vezes, aos Espíritos infelizes e obsessores, reconhecendo que nem sempre a desobsessão real consiste em desfazer o processo obsessivo, de imediato, de vez que, em casos diversos, a separação de obsidiado e obsessor deve ser praticada lentamente; e pratiquem a hipnose construtiva, quando necessário, no ânimo dos Espíritos sofredores comunicantes, quer usando a sonoterapia para entregá-los à direção e ao tratamento dos instrutores espirituais presentes, efetuando a projeção de quadros mentais proveitosos ao esclarecimento, improvisando idéias providenciais do ponto de vista de reeducação, quer sugerindo a produção e ministração de medicamentos ou recursos de contenção em favor dos desencarnados que se mostrem menos acessíveis à enfermagem do grupo.

34- MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)

No curso do trabalho mediúnico, os esclarecedores não devem constranger os médiuns psicofônicos a receberem os desencarnados presentes, repetindo ordens e sugestões nesse sentido, atentos ao preceito de espontaneidade, fator essencial ao êxito do intercâmbio.
Os esclarecedores permitirão aos Espíritos sofredores que se exprimam pelos médiuns psicofônicos tanto quanto possível, em matéria de desinibição ou desabafo, desde que a integridade dos médiuns e a dignidade do recinto sejam respeitadas, considerando, porém, que as manifestações devem obedecer às disciplinas de tempo.
Os médiuns, sejam eles esclarecedores ou psicofônicos, sustentarão o máximo cuidado para não prejudicarem as atividades espirituais que lhes competem. Alimentando dúvidas e atitudes suspeitosas, inconciliáveis com a obra de caridade que se dispõem a prestar, muitas vezes põem a perder excelentes serviços de desobsessão, por favorecerem a intromissão de Inteligências perversas.
Os médiuns de qualquer grupo de desobsessão, como aliás acontece a todo espírita, são chamados a honrar sempre e cada vez mais as obrigações de família e profissão, abstendo-se de todas as manifestações e atitudes suscetíveis de induzi-los a cair em profissionalismo religioso.
Compreendam os dirigentes e seus assessores que o esclarecimento aos desencarnados sofredores é semelhante à psicoterapia e que a reunião é tratamento em grupo, cabendo-lhes, quando e quanto possível, a aplicação dos métodos evangélicos. Observando, ainda, que a parte essencial no entendimento é atingir o centro de interesse do Espírito preso a idéias fixas, para que se lhes descongestione o campo mental, devem abster-se, desse modo, de qualquer discurso ou divagação desnecessária.

35- MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)

Convém observar que há médiuns psicofônicos para quem os Amigos Espirituais designam determinados tipos de manifestantes que lhes correspondam às tendências, caracteres, formação moral e cultural, especializando-lhes as possibilidades mediúnicas.
Urge não confundir esse imperativo do trabalho de intercâmbio com o chamado animismo ou supostas mistificações inconscientes.

36- MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)

Os médiuns esclarecedores permanecerão atentos aos característicos dos manifestantes em desequilíbrio, de vez que entre estes se encontram, freqüentemente, sofredores que comparecem pela primeira vez, bem como os reincidentes sistemáticos, os companheiros infelizes do pretérito alusivo aos integrantes da reunião e recém-desencarnados em desorientação franca, os suicidas e homicidas, os casos de zoantropia e de loucura, os malfeitores trazidos à desobsessão para corrigendas e os irmãos tocados de exotismos por terem desencarnado recentemente em terras estrangeiras, as inteligências detidas no sarcasmo e na galhofa, os vampirizadores conscientes e inconscientes interessados na ocultação da verdade, e toda uma extensa família de Espíritos necessitados, nos vários graus de sombra e sofrimento que assinalam a escala da ignorância e da crueldade.
Imperioso observar que todos são carece-dores de compreensão e tratamento adequados, cada qual na dor ou no problema em que se exprimem, exigindo paciência, entendimento, socorro e devotamento fraternais.
Desobsessão não se realiza sem a luz do raciocínio, mas não atinge os fins a que se propõe, sem as fontes profundas do sentimento.

37- ESCLARECIMENTO

O dirigente do grupo, que contará habitualmente com dois ou três assessores em exercício para o trabalho do esclarecimento e do amparo reeducativo aos sofredores desencarnados, assumirá o comando da palavra, seja falando diretamente com os irmãos menos felizes, através dos médiuns psicofônicos, seja indicando para isso um dos auxiliares.
A conversação será vazada em termos claros e lógicos, mas na base da edificação, sem qualquer toque de impaciência ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indução ao azedume ou à hilaridade. O esclarecimento não será, todavia, longo em demasia, compreendendo-se que há determinações de horário e que outros casos requisitam atendimento. A palestra reeducativa, ressalvadas as situações excepcionais, não perdurará, assim, além de dez minutos.
Se o comunicante perturbado procura fixar-se no braseiro da revolta ou na sombra da queixa, indiferente ou recalcitrante, o diretor ou o auxiliar em serviço solicitará a cooperação dos benfeitores espirituais presentes para que o necessitado rebelde seja confiado à assistência de organizações espirituais adequadas a isso. Nesse caso, a hipnose benéfica será utilizada a fim de que o magnetismo balsamizante asserene o companheiro perturbado, amparando-se-lhe o afastamento da cela mediúnica, à maneira do enfermo desesperado da Terra a quem se administra a dose calmante para que se ponha mais facilmente sob o tratamento preciso.

38- COOPERAÇÃO MENTAL

Enquanto persista o esclarecimento endereçado ao sofredor desencarnado, é imperioso que os assistentes se mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às afirmativas do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra.
Não lhes perpasse qualquer idéia de censura ou de crueldade, ironia ou escândalo.
Tanto o amigo que orienta o irmão infortunado quanto os companheiros que o escutam abrigarão na alma a simpatia e a solidariedade, como se estivessem socorrendo um parente dos mais queridos, para que o necessitado encontre apoio real no socorro que lhe seja ministrado.
Forçoso compreender que, de outro modo, o serviço assistencial enfrentaria perturbações inevitáveis, pela ausência do concurso mental imprescindível.
O dirigente assumirá a iniciativa de qualquer apelo à cooperação mental, no momento em que a providência se mostre precisa, e ativará o ânimo dos companheiros que, porventura, se revelem desatentos ou entorpecidos, desde que o conjunto em ação é comparável a um dínamo em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno necessita circular equilibradamen te na prestàção de serviço.

39- MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)

Os médiuns psicofônicos, muito embora por vezes se vejam pressionados por entidades em aflição, cujas dores ignoradas lhes percutem nas fibras mais íntimas, educar-se-ão, devidamente, para só oferecer passividade ou campo de manifestação aos desencarnados inquietos quando o clima da reunião lhes permita o concurso na equipe em atividade. Isso, porque, na reunião, é desaconselhável se verifique o esclarecimento simultâneo a mais de duas entidades carecentes de auxílio, para que a ordem seja naturalmente assegurada.
Ainda quando o sensitivo tenha as suas faculdades assinaladas por avançado sonambulismo, deve e pode exercitar o autodomínio, afeiçoando-se à observação e ao estudo, a fim de colaborar na vigilância precisa, desincumbindo-se, com segurança, do encargo da enfermagem espiritual que lhe é atribuído.

40- MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (2)

Só se devem permitir, a cada médium, duas passividades por reunião, eliminando com isso maiores dispêndios de energia e manifestações sucessivas ou encadeadas, inconvenientes sob vários aspectos.
Em todas as circunstâncias, o médium a serviço da desobsessão não se pode alhear da equipe em que funciona, conservando a convicção de que dentro dela assemelha-se a um órgão no corpo, e que precisa estar no lugar que lhe é próprio para que haja equilíbrio e produção no conjunto.
JFCR - Espiritista

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Para se obter auxílio

É através do estudo sério da doutrina espírita, que ficamos conhecendo a verdadeira razão para entender, por que motivo, ninguém deve se habilitar a receber auxílio sem a mesma presteza em prestá-lo a quem dele se faça necessitado. Encontramos nas importantes e variadas obras da codificação, e ainda em inúmeras outras de elevado cunho moral doutrinário à nossa inteira disposição, informações preciosas de como tudo acontece á nossa volta, isto é, como tudo se fundamenta nas palavras do Mestre de Nazaré quando nos afirmou “a cada um segundo as suas obras”.

Ficamos sabendo por exemplo, que precisamos proceder nossa imediata e constante renovação moral, nas esferas física, mental e espiritual, alicerçada nos padrões do bem, através do auxílio ao nosso próximo pela desinteressada prática da caridade em favor do necessitado seja ele quem for, compreendendo que com esse comportamento estaremos nos beneficiando também, pela conquista da simpatia dos abnegados trabalhadores da paz a serviço de Jesus, que por sua vez nos estenderão mãos amigas, nas horas em que formos os verdadeiros necessitados, e, sem essa ajuda, nossos caminhos evolutivos nos surgiriam muito mais complicados e difíceis de ser transitados.

Precisamos entender em definitivo que todo o mal por nós praticado, conscientemente provoca inevitavelmente de algum modo lesão em nossa consciência, e se fará fazer sentir em forma de distúrbio em nosso organismo fisiológico mais cedo ou mais tarde. Em qualquer parte do universo em que nos situarmos, estaremos submetidos à mesma Lei de amor e justiça, e como espíritos em processo evolutivo em busca da perfeição relativa a que estamos destinados, precisamos nos associar aos promotores do bem e da paz no universo infinito, unindo nossos parcos recursos aos inúmeros colocados ao nosso inteiro dispor pela Soberana sabedoria do Universo.

O estudo dos postulados espíritas, muito nos ajudarão a clarear a razão, e nos assistirão no esforço individual esclarecendo-nos de que forma melhor poderemos contribuir para o perfeito equilíbrio dos princípios superiores elaborados por Deus para o modo de viver de cada individualidade, fazendo-nos entender que a justiça sendo instituição divina, começa exatamente em nós mesmos, e que, a evolução para a perfeição é uma viagem longa e difícil, onde o bem nos faculta passagens menos complicadas, e o mal nos interdita certos trechos da mesma estrada, o que nos obriga a paradas obrigatórias ou a contornos longos e acidentados.

Dessa forma, como espíritas que nos dizemos ser, busquemos nos ensinos dos Espíritos Superiores, contidos na codificação de nossa doutrina os necessários recursos para que melhor possamos nos apresentar ao Divino Amigo de todos nós, Jesus de Nazaré, para por nossa vez contribuir de forma positiva na tarefa que ELE confiou a cada um de nós, na construção de uma sociedade mais humana, decente e cristã, conforme segue:

Os bons espíritas

“Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.

Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza e da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.

Será então necessária, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, tanto que há homens de notória capacidade que não a compreendem, ao passo que inteligências vulgares, moços mesmo, apenas saídos da adolescência, lhes apreendem, com admirável precisão, os mais delicados matizes. Provém isso de que a parte por assim dizer material da ciência somente requer olhos que observem, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, a que se pode chamar maturidade do senso moral, maturidade que independe da idade e do grau de instrução, porque é peculiar ao desenvolvimento, em sentido especial, do Espírito encamado.

Nalguns, ainda muito tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das coisas da Terra; a névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde resulta não romperem facilmente com os seus pendores nem com seus hábitos, não percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração, capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos fenômenos do que a moral, que se lhes afigura cediça e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente os iniciem em novos mistérios, sem procurar saber se já se tornaram dignos de penetrar Os arcanos do Criador. Esses são os espíritas imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de seus irmãos em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou então guardam as suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou das prevenções. Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro passo que lhes tornará mais fácil o segundo, noutra existência.

Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro apenas ouve sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade” ¹

1) E.S.E. Cap. XVII, Sede Perfeitos, item 4.


Muita Paz,
JFCR

domingo, 19 de outubro de 2008

Desobsessão

Amigos estamos dando continuidade ao estudo dos capítulos do livro Desobsessão, para que melhor possamos nos apresentar na Seara do Mestre de Nazaré para servir em seu nome.
21- VISITANTES

O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.
Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação de atividades congêneres. E antes da admissão necessária é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito justo às responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a orientação das atividades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.
Compreende-se que os visitantes não necessitem de comparecimento que exceda de 3 a 4 reuniões.

22- AUSÊNCIA JUSTIFICADA

Freqüentemente, surge o caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele companheiro às atividades predeterminadas.
Uma viagem rigorosamente inadiável...
Um problema caseiro de grave expressão...
Exigência profissional inopinada...
Enfermidade súbita...
Que o amigo numa situação assim não olvide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsessão e expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo de horas ou minutos, ao dirigente da reunião, justificando a ausência, para evitar indisciplinas que ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de apreensões e considerações descabidas.
De qualquer modo, ainda mesmo com número reduzido de participantes, a reunião pode ser efetuada.

23- CHEGADA INESPERADA DE DOENTE

Em algumas ocasiões aparece um problema súbito: a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças.
Necessário que o discernimento do conjunto funcione, ativo.
Na maioria dos acontecimentos dessa ordem, o doente e os acompanhantes podem ser admitidos por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação para que se dirijam a órgãos de assistência ou doutrinação competentes, trabalho esse que será executado pelos componentes que o diretor da reunião designará.
Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto.
Nesses casos se enquadram igualmente os obsessos apenas influenciados ou fixados em fase inicial de perturbação, para os quais o contacto com os comunicantes, menos felizes ou francamente conturbados, sem a devida preparação, é sempre inconveniente ou prejudicial, pela suscetibilidade e pelas sugestões negativas que apresentam na semilucidez em que se encontram.
Diante, porém, dos processos da obsessão indiscutivelmente instalada, o grupo deve e pode acolher o obsidiado e seus acompanhantes, acomodando-os no banco ou nas cadeiras, colocados à retaguarda, onde receberão a assistência precisa.

24- MÉDIUNS ESCLARECEDORES

Na equipe em serviço, os médiuns esclarecedores, mantidos sob a condução e inspiração dos Benfeitores Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou da assistêncià aos sofredores desencarnados. Constituídos pelo dirigente do grupo e seus assessores, são eles que os instrutores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento ou o socorro necessários.
Naturalmente que a esses companheiros compete um dos setores mais importantes da reunião.
Vejamos alguns dos itens do trabalho fundamental que se lhes assinala:
1. Guardarem atenção no campo intuitivo, a fim de registrarem, com segurança, as sugestões e os pensamentos dos benfeitores espirituais que comandam as reuniões;
2. Tocar no corpo do médium em transe somente quando necessário;
3. Estudar os casos de obsessão, surgidos na equipe de médiuns psicofônicos, que devam ser tratados na órbita da psiquiatria, a fim de que a assistência médica seja tomada na medida aconselhável;
4. Cultivar o tato psicológico, evitando atitudes ou palavras violentas, mas fugindo da doçura sistemática que anestesia a mente sem renová-la, na convicção de que é preciso aliar raciocínio e sentimento, compaixão e lógica, a fim de que a aplicação do socorro verbalista alcance o máximo rendimento;
5. Impedir a presença de crianças nas tarefas da desobsessão.
Outros aspectos de suas funções são lembrados nos capítulos 13 e 32 a 37.

25- EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS

Na obra da desobsessão, os médiuns psicofônicos são aqueles chamados a emprestar recursos fisiológicos aos sofredores desencarnados para que estes sejam socorridos. Deles se pede atitude de fé positiva, baseada na certeza de que a Espiritualidade Superior lhes acompanha o trabalho em moldes de zelo e supervisão. Compreendendo que ninguém é chamado por acaso a tarefa de tamanha envergadura moral, verificarão facilmente que, da passividade construtiva que demonstrem, depende o êxito da empreitada de luz e libertação em que foram admitidos.
Atentos à função especial de colaboradores e medianeiros em que se acham situados, é justo se lhes rogue o cuidado para alguns pontos julgados essenciais ao êxito e à segurança da atividade que se lhes atribui: 1 — desenvolvimento da autocrítica; 2 — aceitação dos próprios erros, em trabalho medianímico, para que se lhes apure a capacidade de transmissão; 3 —reconhecimento de que o médium é o responsável pela comunicação que transmite; 4 — abstenção de melindres ante apontamentos dos esclarecedores ou dos companheiros, aproveitando observações e avisos para melhorar-se em serviço; 5 — fixação num só grupo, evitando as inconveniências do compromisso de desobsessão em várias equipes ao mesmo tempo; 6 — domínio completo sobre si próprio, para aceitar ou não a influência dos Espíritos desencarnados, inclusive reprimir todas as expressões e palavras obscenas ou injuriosas, que essa ou aquela entidade queira pronunciar por seu intermédio; 7 — interesse real na melhoria das próprias condições de sentimento e cultura; 8 — defesa permanente contra bajulações e elogios, conquanto saiba agradecer o estímulo e a amizade de quantos lhes incentivem o coração ao cumprimento do dever; 9 — discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem as faculdades, seja pelas impressões de presença, linguagem, eflúvios magnéticos, seja pela conduta geral; 10 — uso do vestuário que lhes seja mais cômodo para a tarefa, alijando, porém, os objetos que costumem trazer jungidos ao corpo, como sejam relógios, canetas, óculos e jóias.

26- EQUIPE MEDIÚNICA: PASSISTAS

Entre os seareiros do bem que integram o conjunto, destaca-se, como sendo de particular valimento, a colaboração dos médiuns passistas, que permanecerão atentos ao concurso eventual que se lhes peça, no transcurso da reuniao.
Diligência e devotamento.
Vigilância e espontaneidade.
Agora é um problema que irrompe entre os próprios colegas de atividade; em seguida, um que outro médium psicofônico possivelmente caído em exaustão; depois, o pedido de auxílio para esse ou aquele dos assistentes a lhes solicitarem concurso, e, por fim, a assistência de rotina, na fase terminal do trabalho.
Os medianeiros do passe traçarão a si mesmos as disciplinas aconselháveis em matéria de alimentação e adestramento, a fim de corresponderem plenamente ao trabalho organizado para o grupo em sua edificação assistencial, entendendo-se que os médiuns esclarecedores, se necessario, acumularão também as funções de médiuns passistas, mas não a de psicofônicos, de modo a não se deixarem influenciar por Espíritos enfermos.

27- LIVROS PARA LEITURA

Os livros para leitura preparatória no grupo serão, de preferência:
1. «O Evangelho segundo o Espiritismo».
2. «O Livro dos Espíritos».
3. Uma obra subsidiária que comente os princípios kardequianos à luz dos ensinamentos do Cristo.
Bastarão esses recursos, porqüanto neles sintonizar-se-ão os assistentes no mesmo padrão de pensamento, em torno dos temas vitais do Espiritismo Cristão, compondo clima vibratório adequado ao trabalho em mira.
«O Livro dos Médiuns» e obras técnicas correlatas não devem ser lidos nas reuniões de desobsessão, mas sim em oportunidades adequadas, referidas nos capítulos 66 e 72.

28- LEITURA PREPARATÓRIA

A leitura preparatória, que não ultrapassará o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens de «O Evangelho segundo o Espiritismo», seguindo-se-lhe uma das questões de «O Livro dos Espíritos», com um trecho de um dos livros de comentários evangélicos, em torno da obra de Allan Kardec.
Efetuada a leitura, o dirigente retirará os livros de sobre a mesa, situando-os em lugar próprio.
O contacto com o ensino espírita, antes do intercâmbio com os irmãos desencarnados, ainda sofredores, dispõe o ambiente à edificação moral, favorecendo a integração vibratória do grupo para o socorro fraterno a ser desenvolvido.
O conjunto evitará entretecer comentários ao redor dos temas expostos, atento que precisa estar em uníssono, à recepção das entidades enfermas em expectativa, quase sempre aguardando alívio com angustiosa ansiedade.
Repitamos, assim: o dirigente providenciará a leitura, aproximadamente quinze minutos antes do momento marcado para o início do intercâmbio, pronunciando a prece de abertura, depois de lida a página última, com o que se iniciarão, para logo, as tarefas programadas.

29- PRECE INICIAL

Sobrevindo o momento exato em que a reunião terá começo, o orientador diminuirá o teor da iluminação e tomará a palavra, formulando a prece inicial.
Cogitará, porém, de ser preciso, não se alongando além de dois minutos.
Há quem prefira a oração decorada; todavia, é aconselhável que o dirigente ore com suas próprias palavras, envolvendo a equipe nos sentimentos que lhe fluem da alma.
A prece, nessas circunstâncias, pede o mínimo de tempo, de vez que há entidades em agoniada espera de socorro, à feição do doente desesperado, reclamando medicação substancial. Em diversas circunstâncias, acham-se ligadas desde muitas horas antes à mente do médium psicofônico, alterando-lhe o psiquismo e até mesmo a vida orgânica, motivo pelo qual o socorro direto não deve sofrer dilação.

30- MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR

Feita a oração inicial, o dirigente e a equipe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.
Essa medida é necessária, porqüanto existem situações e problemas, estritamente relacionados com a ordem doutrinária do serviço, apenas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na condição de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao conjunto, lembrando minudências e respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas.
Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, é indispensável à harmonização dos agentes e fatores de serviço, ainda mesmo que o mentor se utilize do medianeiro tão-só para uma simples oração que, evidentemente, significará tranqüilidade em todos os setores da instrumentação.
JFR - Espiritista

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DOUTRINA ÍMPAR

Yvonne do Amaral Pereira

O Espiritismo é uma doutrina complexa e completa.

É original na sua estrutura, porque reúne em um todo harmônico os postulados da ciência, as diretrizes da filosofia e os instrumentos ético-morais da religião.

Única, na sua formulação, é portadora de propostas simples que estão ao alcance de todos os níveis de cultura, ao tempo em que atende as exigências mais severas da razão e da lógica.

De fácil entendimento pelos simples de inteligência e os mansos de coração, penetra-lhes o cerne da alma como um bálsamo suavizador na ardência da ignorância.

Abrindo um leque de inúmeras vertentes, tem a ver com os mais diversos ramos do conhecimento, completando-os com os seus conteúdos profundos, porque remonta às causas de todas as ocorrências, a fim de entender-lhes os efeitos.

Enquanto a ciência, em geral examina nos efeitos as causas, o Espiritismo foi revelado pelo mundo real, anterior, facultando a compreensão da esfera física, sua transitoriedade e suas razões de existir.

Para bem ser entendido exige o estudo e a reflexão cuidadosos, abrangendo o conhecimento geral, que ilumina com os conceitos libertadores de crendices e de superstições.

Partindo-se da sua base – a crença em Deus e na imortalidade da alma – a comunicabilidade dos Espíritos é axiomática, pois que se constitui como recurso experimental que lhes comprova a sobrevivência ao fenômeno da morte.

A reencarnação logo se apresenta viável instrumento de que se utiliza a Justiça Divina para reeducar, corrigir e conduzir todos aqueles que se tornarem infratores ante as Leis Soberanas, tombando nos gravames que os empurram aos abismos da inferioridade moral por onde transitam, e de que se deveriam libertar.

Na prática mediúnica – sublime recurso de iluminação! – alarga os horizontes do ser humano para entender os desafios e os enigmas existenciais, logicando em torno dos malogros e desditas de que ninguém passa na Terra sem os experimentar.

A mensagem evangélica de que se faz portador, atualizando-a com as revelações do Além-túmulo, confirma a grandeza de Jesus e dos seus ensinamentos, restaurando-Lhe a luminosa diretriz do amor como a mais eficaz terapia para a vida de todas as criaturas humanas.

É nesse campo de nobres realizações que atinge a sua magnitude, facultando o diálogo com os imortais, o conhecimentos da vida extra-física, os objetivos essenciais da reencarnação, os comportamentos saudáveis para o despertar lúcido após a jornada no corpo somático.

Pergunte-se a alguém que trazia o coração dilacerado pela dor da perda física de um ser amado, sobre o conforto libertador e indescritível que hauriu após a comunicação mediúnica com esse afeto de retorno, vivo e exuberante, e ele não terá palavras fáceis para traduzi-lo.

Suas explicações a respeito do sofrimento, o bem que proporciona ao calceta, ensejando-lhe esperança de renovação e de recuperação, ao infeliz, brindando oportunidade de recompor-se e ser ditoso, ao padecente sem esperança de recuperação que descobre a continuidade da vida após a disjunção molecular, são as mais nobres respostas de qualidade que nenhuma outra doutrina pode oferecer.

Arrancando das tenazes férreas da obsessão o paciente agora em equilíbrio, ei-lo que se rejubila e dispõe de expressões para bendizê-lo, agradecendo a dádiva do raciocínio lúcido e da alegria de poder voltar a voar pela imaginação na direção do infinito...

Ao mesmo tempo, aquele que se encontrava nas sombras da ignorância, sem haver descoberto o sentido existencial, após haver fruído as harmonias do Espiritismo, exultante, não consegue sopitar o júbilo infindo e a felicidade do bem-estar e da paz que ora o visitam.

Desencarcerando os desencarnados em aflição, que se arrojavam à loucura, por não entenderem o fenômeno da morte e da vida, faculta-lhes a visão perfeita das possibilidades que se lhes encontram ao alcance para manter-se em equilíbrio.

As suas avenidas culturais, alargadas pelos tratores do conhecimento e do sentimento, ensejam as caminhadas exitosas aos viandantes que antes se estremunhavam nos dédalos sombrios dos conflitos íntimos e do martírio dos sofrimentos que se entregavam nos corredores estreitos da aflição...

As lágrimas enxugadas e as dores lenidas nas mulheres e nos homens aflitos modificam totalmente o contexto social que se apresenta calmo, ensejando a construção de melhores condutas para o futuro da humanidade.

Nunca podem ser contabilizados os benefícios que propicia e a luz da caridade que esparze, fulgurando nos corações é como um permanente Sol mantendo a vida em todas as suas expressões.

Uma palavra espírita é valioso tesouro para a solução de muitos sucessos desafiadores e de caráter agressivo, infeliz.

Um pensamento espírita bem direcionado é corrente vigorosa que vitaliza, erguendo os combalidos que não suportaram o fragor das lutas.

Uma atitude espírita de socorro transforma-se em lição viva que traduz a qualidade dos seus ensinamentos vigorosos.

Que tem o materialismo, no entanto, para oferecer-lhes, além do desencanto, da fatalidade ignóbil de haverem sido esses desditosos eleitos para a desgraça, conforme apregoa?

Apresentando o suicídio ou o mergulho no prazer exaustivo, como saída da agonia, são as torpes soluções de que dispõe para as vidas ressequidas e atormentadas, tornando-se verdugo cruel do pensamento e do sentimento humano.

O Espiritismo não é uma doutrina passadista ou conformista, porquanto estimula a busca dos valiosos recursos da ciência nos seus múltiplos aspectos para solucionar os enigmas existenciais e ajudar a vencer os desafios normais, enquanto oferece conforto moral, resistência e coragem para prosseguir-se na luta sem jamais desistir, sempre jovial e confiante nos resultados finais.

Não mantém a ingenuidade nem a ignorância, jamais estimulando à postergação do que se deve fazer quando se apresenta difícil no momento, antes oferece as ferramentas para a execução do trabalho que está destinado a cada indivíduo, iluminando-lhe a mente com a inspiração do bem e renovando-lhe os sentimentos com o prazer de encontrar-se vivo no corpo, portanto, com infinitas possibilidades de superar os impedimentos que surgem pelo caminho da evolução.

A sua lógica decorrente da filosofia atende a todas as necessidades e interrogações do pensamento, não deixando de elucidar os dramas existenciais, a origem do ser, do sofrimento e o seu destino.

O ser humano tem buscado, através da história, uma religião que console sem iludir, iluminando-lhe a existência e oferecendo-lhe robustez de ânimo para o enfrentamento das vicissitudes que todos experimentam durante a trajetória material.

Por muito tempo ludibriado pelas doutrinas ortodoxas que escravizam as mentes e atemorizam os corações, terminou por tombar na negação do Espírito e da vida imortal, cansando-se de cerimônias e de extravagantes conceitos dogmáticos.

Apoiando-se na ciência e na sua extraordinária contribuição, sente, não poucas vezes, o vazio interior que o inquieta, buscando soluções químicas para os conflitos que podem ser resolvidos pela oração, pela meditação, pela ação do bem, pelo auto-encontro...

Por fim, chegou-lhe o Espiritismo e abriu-lhe os braços generosos com as suas informações de sabedoria, propondo-se a albergar a imensa mole humana no seu seio, sem qualquer tipo de dependência psicológica fora da razão ou promessa salvacionista sem o concurso pessoal de cada qual.

O Espiritismo é a ciência religiosa dos tempos modernos e das criaturas que anelam por uma religião científica, a fim de que, abraçadas, essas duas alavancas do progresso ofereçam a filosofia especial para a conquista da felicidade plena pela qual todos anelam, e a conseguirão.


(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 18 de junho de 2008, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
JFCR - Espiritista

sábado, 11 de outubro de 2008

A Sábia indagação do Apóstolo!

Disse-lhes: - Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?. - (ATOS: 19:2).

Ainda hoje essa pergunta continua a ecoar em todas as direções, e em todas as correntes do cristianismo na face da Terra.

O homem, habituado às conveniências dos costumes a que se adaptou e conserva em seu mundo íntimo há milênios, crê e descrê com a maior facilidade, isto é, acredita agora para duvidar daqui há pouco.

Isso por que, tenta vivenciar na aparência os ensinamentos do Evangelho de Jesus, simplesmente para se tornar agradável em suas relações em sociedade, mas, como não possui alicerçado em seu interior esse conteúdo, e não tendo desenvolvido em si os valores encontrados unicamente na verdadeira fé, não consegue lograr êxito, e vive a se contradizer em palavras e atos.

Quase sempre, sua crença está na dependência de alcançar o alívio para a sua dificuldade, no campo da saúde física ou na obtenção de vantagens materiais, assim é, que quando enfermo após receber o socorro da caridade na resolução do problema que o aflige no momento, se declara doravante, seguidor da Boa Nova, guiando-se simplesmente pelas impressões do alívio físico que sente.

Mas, logo depois, todavia, na presença de novas dificuldades e desafios que surgirem em seu caminho, ressurgirá tão insatisfeito e tão desesperado quanto outrora, esquecido dos benefícios que alcançou antes e da fé que se dizia possuidor. Nas trilhas dos seguidores do Espiritismo não são diferentes tais situações, ao contrário, são também muito freqüentes.

Grande é o número dos companheiros que se afirmam pessoas de fé, por haverem recebido alguma mensagem dando notícias da sobrevivência de algum parente desencarnado, ou ainda por terem se livrado de alguma enfermidade ou porque obtiveram solução satisfatória para certos problemas da luta material; contudo, passado esse momento, amanhã diante dos novos problemas que por certo surgirão na vida de todos nós, estarão novamente duvidando dos amigos espirituais, dos médiuns respeitáveis e até mesmo da doutrina espírita.

Por essa razão, a interrogação do Apóstolo Paulo de Tarso, continua perfeitamente atualizada, ainda precisamos meditar bastante para saber respondê-la com certeza, que espécie de cristão estamos sendo e como estamos crendo na orientação de Jesus?
Estamos fazendo bom uso de tudo o que já sabemos de seus ensinos, em proveito de nossa melhoria e do nosso próximo, como criaturas humanas e irmãs que somos, criadas para a glória e a perfeição? Ou ainda nos mantemos aprisionados e escravizados pela ignorância do homem velho que sempre nos dominou?

Enquanto não nos decidirmos por abrigar no espírito as bênçãos das virtudes que dormitam em nosso Ser profundo, à espera de nossa atitude e boa vontade, no trabalho para desenvolvê-las, na construção da reforma íntima que precisamos urgentemente empreender, para progredir e crescer, moral e espiritualmente, nos renovando em Cristo, a nossa fé não passará de frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.

E só há uma maneira correta de proceder em busca dessa transformação, que só se dará pelo desenvolvimento da fé raciocinada, através do estudo sério e aprofundado da doutrina espírita, como nos convoca o Espírito de Verdade no E.S.E. Cap. 6 item 5, “Espíritas! amai-vos, este o este o primeiro ensinamento, instruí-vos este o segundo”. O Espírito de Verdade (Paris, 1860). ¹

Bibliografia:

1) Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5.


JFCR - Espiritista

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Desobsessão

Amigos estamos dando continuidade ao estudo dos capítulos do livro Desobsessão, para que melhor possamos nos apresentar na Seara do Mestre de Nazaré para servir em seu nome.
11-CHEGADA DOS COMPANHEIROS

Os benfeitores espirituais de plantão, na obra assistencial aos irmãos desencarnados sofredores, esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de serviço em posição respeitosa.
Nada de vozerio, tumulto, gritos, gargalhadas.
Lembrem-se os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores de atenção e carinho.
A obra de socorro está prestes a começar.
Necessário inclinar o sentimento ao silêncio e à compaixão, à bondade e à elevação de vistas, a fim de que o conjunto possa funcionar em harmonia na construção do bem.

12-CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO

Há sempre margem a conversações no recinto para os que chegam mais cedo, cabendo aos seareiros do conjunto evitar a dispersão de forças em visitas, mesmo rápidas, mas impróprias, a locais vizinhos, sejam casas particulares ou restaurantes públicos.
Compreensível rogar aos colaboradores da tarefa a total abstenção de temas contrários à dignidade do trabalho que vão desempenhar.
Evitem-se os anedotários jocosos, as considerações injuriosas a quem quer que seja.
Esqueçam-se críticas, comentários escandalosos, queixas, azedumes, apontamentos irônicos.
Toda referência verbal é fator de indução.
Se somos impelidos a conversar, durante os momentos que precedem a atividade assistencial, seja a nossa palestra algo de bom e edificante que auxilie e pacifique o clima do recinto, ao invés de conturbá-lo.

13-DIRIGENTE

O dirigente das tarefas de desobsessão não pode esquecer que a Espiritualidade Superior espera nele o apoio fundamental da obra.
Direção e discernimento. Bondade e energia.
Certo, não se lhe exigirão qualidades superiores à do homem comum; no entanto, o orientador da assistência aos desencarnados sofredores precisa compreender que as suas funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no instituto doméstico.
Autoridade fundamentada no exemplo.
Hábito de estudo e oração.
Dignidade e respeito para com todos. Afeição sem privilégios.
Brandura e firmeza.
Sinceridade e entendimento.
Conversação construtiva.
Para manter-se na altura moral necessária o diretor dispensarà a todos os componentes de conjunto a atenção e o carinho idênticos àqueles que um professor reto e nobre cultiva perante os alunos, e, como se erguerá, perante os instrutores Espirituais, na posição de médium es clarecedor mais responsável, designará dois três companheiros, sob a orientação dele próprio a fim de que se lhe façam assessores em serviço e o substituam nos impedimentos justificados.

14-PONTUALIDADE

Pontualidade — tema essencial no quotidiano, disciplina da vida.
Administrações não respeitam funcionários relapsos.
Em casa, estimamos nos familiares os compromissos em dia, os deveres executados com exatidão.
Habitualmente não falhamos no horário marcado pelas personalidades importantes do mundo, a fim de corresponder-lhes ao apreço.
A entrevista com um industrial...
A fala com um Ministro de Estado...
Nas lides da desobsessão, é forçoso entender que benfeitores espirituais e amigos outros desencarnados se deslocam de obrigações graves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e socorrer-nos.
Pontualidade é sempre dever, mas na desobsessão assume caráter solene.
Não haja falha de serviço por nossa causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na maioria das vezes, é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes.
A hora de início das tarefas precisa mostrar-se austera, entendendo-se que o instante do encerramento é variável na pauta das circunstâncias.
Aconselhável se feche disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horário marcado para a abertura da reunião, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.

15-MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS

O mobiliário no recinto dedicado à desobsessão não apenas necessita estar escoimado de objetos e apetrechos que recordem rituais e amuletos, simbolos e ídolos de qualquer espécie, mas também deve ser integrado por peças simples e resistentes.
A mesa deve ser sólida e as cadeiras talhadas em madeira, lembrando, sem adornos desnecessários, a austeridade de uma família respeitável.
Se tivermos de acrescentar algo, aditemos dois bancos, igualmente de madeira, para visitas casuais ou para o socorro magnético a esse ou àquele companheiro do grupo quando necessite de passe, a distância do circulo formado em comunhão de pensamento.
Evitarmos tapetes, jarros, telas e enfeites outros, porqüanto o recinto é consagrado, além de tudo, ao alívio de Espíritos sofredores ou alienados mentais autênticos, necessitados de ambiente limpo e simples, capaz de auxiliâ-los a esquecer ilusões ou experiências menos felizes vividas na Terra.

16-CADEIRAS

As cadeiras para a reunião merecem apontamentos particulares.
Evite-se o uso de poltronas que sugiram a sesta, como também o emprego de móveis desprovidos de qualquer anteparo, à feição de tamboretes que imponham desconforto.
Utilizemo-nos de cadeiras, pesadas na constituição, para frustrar os impulsos de queda ou de agitação excessiva, habituais nos médiuns em transe, mas construídas em estilo singelo, com o espaldar amplo e alto que suporte com firmeza os seareiros empenhados no socorro espiritual aos irmãos perturbados, além do plano físico.
Evitem-se as cadeiras desconjuntadas ou rangedoras que só ruídos desnecessários e perturbações outras provocam no ambiente.

17-ILUMINAÇÃO

A iluminação no recinto será, sem dúvida, aquela de potencialidade normal, na fase preparatória das tarefas, favorecendo vistorias e leituras.
Contudo, antes da prece inicial, o dirigente da reunião graduará a luz no recinto, fixando-a em uma ou duas lâmpadas, preferivelmente vermelhas, de capacidade fraca, 15 watts, por exemplo, de vez que a projeção de raios demasiado intensos sobre o conjunto prejudica a formação de medidas socorristas, mentalizadas e dirigidas pelos instrutores espirituais, diretamente responsáveis pelo serviço assistencial em andamento, com apoio nos recursos medianímicos da equipe.
As lâmpadas devem ser situadas a distância da mesa dos trabalhos para se evitarem acidentes.
Nas localidades não favorecidas pela energia elétrica, o orientador da reunião diminuirá no recinto o teor da luz empregada.

18-ISOLAMENTO HOSPITALAR

A desobsessão abrange em si obra hospitalar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.
O amparo e o esclarecimento aos Espíritos dementados ou sofredores é serviço para quem possa compreendê-los e amá-los, respeitando-lhes a dor.
Daí nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível, deve ser praticada de preferência no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular.
Nesse sentido, é importante que os obreiros da desobsessão, notadamente os médiuns psicofônicos e os médiuns esclarecedores, visitem os hospitais e casas destinadas à segregação de determinados enfermos, para compreenderem com segurança o imperativo de respeitosa cautela no trato com os Espíritos revoltados e desditosos.

19-APARELHOS ELÉTRICOS

Os aparelhos elétricos, no recinto, quando a desobsessão seja efetuada em lugar capaz de utilizá-los, devem ser restritos a uma lanterna elétrica, destinada a serventia eventual, e, quando seja possível, a um aparelho para gravação de vozes das entidades, notadamente aquelas que se caracterizam por manifestações construtivas, para que se lhes fixem os ensinos ou experiências com objetivo de estudo.
Repitamos que o grupo apenas usará o aparelho para gravação de vozes, quando semelhante medida esteja em suas possibilidades, sem que isso seja fator essencial e inadiável à realização do programa em pauta.
O dirigente da reunião ou o companheiro indicado para o manejo desses engenhos precisa, porém, estar atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da equipe, prevenindo quaisquer necessidades, de maneira a evitar aborrecimentos e atropelos de última hora.

20-COMPONENTES DA REUNIÃO

Os componentes da reunião, que nunca excederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo, elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa.
Nenhuma preocupação com paramentos ou vestes especiais.
Compenetrem-se de que se acham no recinto exercendo fraternalmente um mandato de confiança.
Na Doutrina Espírita não há lugar para fé cega. Evitem-se, no entanto, no ambiente da desobsessão, pesquisas ociosas e vãs indagações, críticas e expectações insensatas.
Todos os componentes da equipe assumirão funções específicas. Num grupo de 14 integrantes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns esclarecedores; 2 a 4 médiuns passistas e 4 a 6 médiuns psicofônicos.
Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala, servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança para os médiuns psicofônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível reconhecer que todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pilhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão sensibilizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao equilíbrio e ao discernimento.
Os componentes encarnados da reunião não se rendam ao sono nas tarefas dedicadas à desobsessão, para se evitarem desdobramentos desnecessários da personalidade, cabendo-nos salientar igualmente que nas reallzações dessa natureza não devem comparecer quaisquer outras demonstrações ou experiências de mediunidade.

JFCR - Espiritista

domingo, 5 de outubro de 2008

Estudando o Evangelho

O Consolador Prometido
Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: — O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. — Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.

Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até ao termo do caminho.

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, itens 3 e 4.
JFCR - Espiritista

sábado, 4 de outubro de 2008

Pensamento

Não se deixe iludir!

Não acredite em falsas promessas de milagres.
Profeta algum, tem a chave que abre o porta de acesso a sua felicidade.
Pois, sua chave, está dentro de você e só você pode encontrá-la.
Abra os olhos e veja as maravilhas que a vida coloca à sua volta e ao seu alcance.
Você não a encontrará nas riquezas perecíveis da matéria.
Sinta alegria de viver nas coisas mais simples, desenvolvendo as virtudes espirituais que existem dentro de você.
A verdadeira felicidade, está escondida nas coisas mais singelas da vida de cada criatura, por isso passamos por ela sem percebê-la.
Encontre a alegria de viver, e seja feliz, de forma simples e honesta.

Francisco Rebouças

Estudando o Espiritismo

Provas voluntárias. O verdadeiro cilício

Perguntais se é licito ao homem abrandar suas próprias provas. Essa questão eqüivale a esta outra: É lícito, àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Àquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as conseqüências dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem-sucedido; nunca, porém, numa negligência que seria mais preguiça do que virtude.
Essa questão dá lugar naturalmente a outra. Pois, se Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, haverá mérito em procurar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.
Grande distinção cumpre aqui se faça: pelo que vos respeita pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que necessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. Torturar e martirizar voluntariamente o vosso corpo é contravir a lei de Deus, que vos dá meios de o sustentar e fortalecer. Enfraquece-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis, tal a lei. O abuso das melhores coisas tem a sua punição nas inevitáveis conseqüências que acarreta.
Muito diverso é o que ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se suportardes o frio e a fome para aquecer e alimentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o vosso corpo disso se ressente, fazeis um sacrifício que Deus abençoa. Vós que deixais os vossos aposentos perfumados para irdes à mansarda infecta levar a consolação; vós que sujais as mãos delicadas pensando chagas; vós que vos privais do sono para velar à cabeceira de um doente que apenas é vosso irmão em Deus; vós, enfim, que despendeis a vossa saúde na prática das boas obras, tendes em tudo isso o vosso cilício, verdadeiro e abençoado cilício, visto que os gozos do mundo não vos secaram o coração, que não adormecestes no seio das volúpias enervantes da riqueza, antes vos constituístes anjos consoladores dos pobres deserdados.
Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente do que a dor física. Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus. - Um anjo guardião. (Paris, 1863.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 26.
Francisco Rebouças

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Segurança

"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." - Paulo. (ROMANOS, 5:3.)

Ninguém conseguirá conquistar a segurança, sem se dispor a enfrentar e vencer as tempestades do caminho de quem planeja alcançar a elevação espiritual.

Não vale o simples desejo de crescimento sem o devido esforço em conquistá-lo, pois, as rogativas do indivíduo, sem o suor do trabalho árduo na construção de dias melhores, em aproveitamento das sublimes oportunidades do testemunho comum a qualquer mortal, não encontram resposta.

É comum o indivíduo, esquivar-se com desculpas de variada ordem, justificando sua fuga das provas que a vida lhe impõe como exigência para alcançar os altos patamares conquistados por todos aqueles que se dispuseram ao testemunho dos sacrifícios em direção ao equilíbrio do Ser com as Leis que regem seus destinos na Terra.

Despreparado para o desafio a enfrentar, acredita-se perseguido e esquecido pelos Espíritos Superiores e até mesmo por Deus, entrando em profundo estado de desânimo e descrença, entregando-se ao desequilíbrio e caindo nos despenhadeiros dos vícios, dos crimes da miséria e da desgraça em processos obsessivos de conseqüências imprevisíveis.

Não aceitam a idéia de que a tempestade é passageira e possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar, e que ao contrário, precisa saber tirar delas as melhores lições que lhes servirão de experiências proveitosas para o porvir.

Somente à medida que vai se esclarecendo em busca da verdade, é que se convencerá e buscará se credenciar a compreender melhor os benefícios que os obstáculos e sofrimentos vencidos em sua jornada representarão em forma de lições preciosos que o indivíduo consciente não mais esquecerá. Como alcançar a sublimação sem a bênção das experiências da estrada percorrida? Como resolver e prover os recursos impostos ao ser imortal pelas necessidades? Todos temos deveres para conosco, para com Deus e para com a vida.

“O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores
da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos. - Lázaro. (Paris, 1863.)” ¹

As dificuldades e lutas impostas ao Ser em busca da perfeição e da felicidade, são as exigências solicitadas a todos que desejarem seguir os caminhos traçados pelo Cristo para a implantação do Evangelho no coração dos seres humanos, colaborando dessa forma para a concretização dos mais sagrados objetivos da vida.

Bibliografia:
1) Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB,106ª edição, Cap. XVII, item 7


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Livro dos Espíritos

459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.

621. Onde está escrita a lei de Deus?
“Na consciência.”

a) - Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?
“Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”

659. Qual o caráter geral da prece?
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.”

660. A prece torna melhor o homem?
“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”

a) - Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?
“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.”

842. Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
“Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por quereconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

893. Qual a mais meritória de todas as virtudes?
“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtudes sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”

899. Qual o mais culpado de dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a necessidade, devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui?
“Aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como freqüentemente sucede, já dela se não lembra.”909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?“Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”

911. Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?
“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios.Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em conseqüênciada sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir.Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”

912. Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?
“Praticar a abnegação.”

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Livro dos Médiuns

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.
As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.

Fonte:Livro dos Médiuns – Cap. XIV, item 159

9ª Qual o médium que se poderia qualificar de perfeito?

"Perfeito, ah! bem sabes que a perfeição não existe na Terra, sem o que não estaríeis nela. Dize, portanto, bom médium e já é muito, por isso que eles são raros.Médium perfeito seria aquele contra o qual os maus Espíritos jamais ousassem, uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado."

Cap. XX, item 9

O Evangelho Segundo O Espiritismo

Advento do Espírito de VerdadeEspíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade."

O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
Cap. VI, item 5.
Grifos nossos.

JFCR Espiritista