Amigos estamos dando continuidade ao estudo que fazemos dos capítulos do livro Desobsessão, para que melhor possamos nos apresentar na Seara do Mestre de Nazaré para servir em seu nome.
61-SAÍDA DOS COMPANHEIROS
A saída dos companheiros realizar-se-á nos moldes da discrição seguidos na entrada.
Evitar-se-ão gritos, gargalhadas, referências maliciosas, anedotário picante.
O serviço da desobsessão reclama a tranqüilidade e o respeito que se deve a um sanatório de doenças mentais.
Considerem os companheiros dessa sementeira de amor que estão sendo, muitas vezes, seguidos e observados por muitos enfermos desencarnados que lhes ouviram, com interesse, as exortações e os ensinos, no curso da reunião, e será contraproducente, além de indesejável, qualquer atitude ou comentário pelos quais os tarefeiros do socorro espiritual desmanchem, invigilantes, os valores morais que eles próprios construíram na consciência e no ânimo dos Espíritos beneficiados.
62-COMENTÁRIOS DOMÉSTICOS
De volta a casa, convém que os servidores da desobsessão silenciem qualquer nota inconveniente acerca de transmissões, influências, fenômenos ou revelações havidas na reunião.
Se os comunicantes se referirem a problemas infelizes, como sejam crimes, ofensas, mágoas ou faltas diversas, cabe-nos recordar que a obra da desobsessão, no fundo, é libertação das trevas de espírito e não existe libertação das sombras sem esquecimento do mal.
Conversas acerca de quaisquer maníf estações ou traços deprimentes do amparo espiritual efetuado estabelecem ímãs de atração, criando correntes mentais de ação e reação entre os comentaristas e os que se tornam objeto dos comentários em pauta, realidade essa que faz de todo desaconselháveis as referências sobre o mal, de vez que funcionam à maneira de bisturis visíveis, revolvendo inutilmente as chagas mentais dos enfermos desencarnados que foram atendidos, arrancando-os do alívio em que estão mergulhados, para novas síndromes de angústia.
Isto, porém, não impede que médiuns esclarecedores, médiuns psicofônicos e companheiros outros analisem determinadas passagens da palavra ou da presença das entidades sofredoras, em círculo íntimo, para estudo construtivo, com efeitos na edificação do bem, ao modo de especialistas num simpósio conduzido com discrição.
63-ASSIDUIDADE
Assiduidade é lição que colhemos na escola da Natureza, todos os dias.
Lavradores enriquecem os celeiros da Humanidade, confiando na pontualidade das estações.
A desobsessão, para alcançar os objetivos libertadores e reconfortativos a que se propõe, solicita lealdade aos compromissos assumidos.
Aprendamos, durante a semana, a remover os empecilhos que provavelmente nos visitarão no dia e na hora prefixados para o socorro espiritual aos desencarnados menos felizes.
Observemos a folhinha, estejamos atentos às obrigações que os Benfeitores Espirituais depositam em nossas mãos e nas quais não devemos falhar.
Muito natural que a ausência não justificada do companheiro a três reuniões consecutivas seja motivo para que se lhe promova a necessária substituição.
64-BENEFÍCIOS DA DESOBSESSÃO
Erraríamos frontalmente se julgássemos que a desobsessão apenas auxilia os desencarnados que ainda pervagam nas sombras da mente.
Semelhantes atividades beneficiam a eles, a nós, bem assim os que nos partilham a experiência quotidiana, seja em casa ou fora do reduto doméstico, e, ajuda, os próprios lugares espaciais em que se desenvolve a nossa influência.
Reuniões dedicadas à desobsessão constituem, bastas vezes, trabalho difícil, pois, em muitas circunstâncias, parece cair em monotonia desagradável, não só pela repetição freqüente de manifestações análogas umas às outras, como também porque a elas comparecem, durante largo tempo, entidades cronicificadas em rebeldia e presunção. Isso, porém, não pode e não deve desencorajar os tarefeiros desse gênero de serviço, de vez que nenhum pesquisador encarnado na Terra está em condições de avaliar os benefícios resultantes da desobsessão quando está sendo corretamente praticada.
Todos possuímos desafetos de existências passadas, e, no estágio de evolução em que ainda respiramos, atraímos a presença de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao clima do pensamento, prejudicando, não raro, involuntariamente, as nossas disposições e possibilidades de aproveitamento da vida e do tempo. A desobsessão vige, desse modo, por remédio moral específico, arejando os caminhos mentais em que nos cabe agir, imunizando-nos contra os perigos da alienação e estabelecendo vantagens ocultas em nós, para nós e em torno de nós, numa extensão que, por enquanto, não somos capazes de calcular. Através dela, desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos com o seu apoio espiritual mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão.
65-REUNIÓES DE MÉDIUNS ESCLARECEDORES
Os médiuns esclarecedores não podem alhear-se do imperativo de entendimento recíproco e estudo constante em torno das atividades que lhes dizem respeito.
Para isso, reunir-se-ão, periodicamente, ou quando lhes seja possível, para a troca de impressões, à luz da Doutrina Espírita, analisando tópicos do trabalho ou apresentando planos entre si com o objetivo de melhoria e aperfeiçoamento do grupo.
Semelhantes reuniões são absolutamente necessárias para que se aparem determinadas arestas da máquina de ação e se ajustem providências a benefício das obras em andamento. Esses ajustes, à maneira de sodalícios doutrinários, constituem, ainda, meios de atuação segura e direta dos mentores espirituais do grupo para assumirem medidas ou plasmarem advertências, aconselháveis ao equilíbrio e ao rendimento do conjunto.
Os médiuns esclarecedores não devem esquecer que, ao término de cada tarefa de desobsessão, quase sempre ficam indagações e temas de serviço que, com tempo e madureza de raciocínio, merecem analisadas, a benefício geral.
66-REUNIÕES DE ESTUDOS MEDIÚNICOS
As reuniões de estudos mediúnicos, de ordem geral, no grupo, são necessárias.
No curso delas, em dias e horários que não sejam os prefixados para a desobsessão, os esclarecedores e os companheiros ouvirão os medianeiros da equipe, registrando-lhes as consultas e impressões, a fim de que os problemas suscitados pelas faculdades e indagações de cada um sejam solucionados à luz dos princípios espíritas conjugados ao Evangelho de Jesus.
Aconselha-se-lhes o estudo metódico de «O Livro dos Médiuns», de Allan Kardec, e todas as obras respeitáveis que se relacionem com a mediunidade.
Os benfeitores desencarnados e os Espíritos familiares estudam sempre a fim de se tornarem mais úteis na obra da educação e do consolo junto da Humanidade Terrestre.
É imprescindível que os lidadores encarnados estudem também.
67-REUNIÕES MEDIÚNICAS ESPECIAIS
Em determinadas circunstâncias, as reuniões mediúnicas podem surgir como sendo necessárias a fins determinados.
Nessa hipótese, realizar-se-ão sem qualquer prejuízo para as reuniões habituais.
Para que isso aconteça, porém, é claramente preciso que o mentor espiritual do agrupamento trace instruções especiais.
Noutros casos, o próprio grupo, através do dirigente, proporá ao mentor espiritual a realização de reuniões dessa natureza para atender a equações de trabalho socorrista, consideradas de caráter urgente.
68-VISITA A ENFERMO
Algumas vezes, a equipe dedicada a desobsessões é chamada ao contacto com determinado enfermo, retido no próprio lar.
Indiscutivelmente que a visita deve ser feita, havendo possibilidades para isso, aconselhando-se, porém, que o grupo se faça representar por uma comissão de companheiros junto ao doente.
Essa comissão terá o cuidado de recolher o endereço do irmão necessitado, para que o grupo preste a ele a assistência possível.
Na visita a qualquer doente, a equipe deve abster-se da ação mediúnica, diante dele, no que tange à doutrinação e ao socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante tarefa para o recinto dedicado a esse mister.
69-VISITA A HOSPITAL
Um grupo dedicado ao trabalho da desobsessão é constantemente requestado à prestação de serviço. Em meio aos pedidos diversos de concurso e auxílio, aparecem as solicitações de visita a hospitais.
Considerando a hipótese do atendimento, é
importante que o conjunto de serviço se represente por irmãos do círculo habilitados a desincumbir-se da obrigação, de modo construtivo, isto é, mantendo no trato com o enfermo ou com os enfermos atitudes edificantes de reconforto, sem mostras de impressionabilidade doentia e sem manifestações mediúnicas extemporâneas, das quais, em tantos casos, se prevalecem os Espíritos conturbados para agravar sintomas e perturbações nos irmãos alienados ou doentes a que se vinculam em processos obsessivos.
A comissão representativa do agrupamento anotará nomes e endereços dos visitados, para cooperação oportuna, dosando a ministração de conceitos em torno dos temas da obsessão, quando em conversa com os enfermos ainda desprovidos de conhecimento espírita, a fim de que a orientação curativa se lhes implante na mente, a pouco e pouco, de maneira segura.
É imperioso observar que os médiuns psicofônicos auxiliarão com mais eficiência se puderem conhecer, de perto, os enfermos que lhes solicitam socorro, e os médiuns esclarecedores muito aproveitarão no trato com os estabelecimentos de cura mental, aprendendo a técnica de conversar com os Espíritos perturbados, no exemplo e na experiência dos enfermeiros dignos, junto aos doentes complexos. Urge também que o comando socorrista observe as normas vigentes na organização hospitalar visitada, comportando-se de tal modo que não lhe fira os princípios.
70-CULTO DO EVANGELHO NO LAR
Todo integrante de uma equipe de desobsessão precisa compreender a necessidade do culto do Evangelho no lar.
Pelo menos, semanalmente, é aconselhável se reúna com os familiares ou com alguns parentes, capazes de entender a importância da iniciativa, em torno dos estudos da Doutrina Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e sob a cobertura moral da oração.
Além dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele, há outros irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem das tarefas de enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento, consolação e alívio, da conversação espírita e da prece em casa.
O culto do Evangelho no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento espiritual.
JFCR - Espiritista