Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Mensagens Espirituais

Dificuldades no Movimento Espírita

Não te aturdas pelo que vês nas fileiras da Seara Espírita, que almejavas grandiosa e bela: a apatia no campo moral de tantos, dando a impressão de que isso é coisa natural; os destinos que não são freados pelo bom-senso, comprometendo o nome da gloriosa Doutrina; a maledicência que alcança largas praias da vida dos nossos arraiais, como se devessem fazer parte das nossas ocupações cotidianas; os descompassos entre as lições teóricas conhecidas e as atividades práticas diárias cheias de hostilidades.

Não te deixes desalentar pela sensação de que o Espiritismo em nada te auxilia, considerando os golpes contundentes que te ferem cotidianamente, impondo-te lágrimas em que se mesclam dores, mágoas e revoltas.

Não te rebeles ao verificar que muitos que ocupam posições destacadas no Movimento do luarizado Espiritismo, agem como se nada tivessem a ver com a magnitude da mensagem, uma vez que somente anseiam pelas coisas do mundo material, com cinismo e desplante, preocupados tão só em fixar-se nas posições que lhes proporcionam maior visibilidade, bastando-lhes o ensejo exibicionista, em função dos quais afirmou Jesus que “já teriam obtido o seu galardão”, ou seja, o que desejavam.

Não tem atormentes, pois, uma vez que o planeta terreno atravessa momentos de seriíssimas definições e redefinições, de cujo processo ninguém pode escapar, enquanto se persistir na busca do progresso.

A Terra, em razão disso, traz sobre seu dorso e nas esferas do seu campo psíquico, entidades nos mais diferenciados estágios de aprimoramento, de desenvolvimento geral, dentre os quais são muitos os que se aninham na má vontade, esforçando-se por retardar o dia luminoso da grande renovação planetária. Nesse estado de coisas, não estaria o Movimento Espírita indene a semelhantes presenças ou livres dessas almas que, em si mesmas atordoadas, causam atordoamento onde quer que chegam, quer estejam no corpo físico, reencarnadas, quer ainda se achem aguardando novas oportunidades, na erraticidade.
Do mesmo modo que encontramos almas irresponsáveis que se valem do nome de Jesus, a fim de explorar a boa fé dos ingênuos e dos incautos, dos ignorantes e dos parvos, nas mais distintas confissões de fé ou fora delas, temos em nosso Movimento os que, da mesma maneira, evocam o nome do Senhor, admitindo sempre que não há nenhuma necessidade de que levem a sério o trabalho e os deveres que lhes cabem, já que os Guias do mundo são dotados de grande generosidade, são misericordiosos.

Almas infantilizadas, nas quais ainda é verdoso o senso moral, enxameiam, orgulhosas umas, vaidosas outras, prepotentes tantas, que, mesmo reconhecendo suas incapacidades, fazem questão de assumir posições e cargos de responsabilidade, que sabem que não responderão a contento, pelo fato de tais situações lhes conferir projeção ou destaque social.

Há os que não têm nenhuma noção do campo de atividades em que se acham, mas não recuam, não procuram orientar-se de modo a produzir o melhor para a Doutrina. Permanecem como estão, supondo que os Espíritos do Senhor lhes suprirão a má vontade e o relaxamento.

Desgraçadamente, tais irmãos do mundo estão distribuídos por todos os campos da vida social e se fazem temerários aventureiros nas esferas da política ou da administração das coisas públicas; achamo-los à frente de empresas que deveriam ser produtivas para o progresso da sociedade e que seguem a passos tartaruguescos; temo-los liderando movimentos artísticos e culturais, onde nada funciona a contento, onde coisa alguma de expressivamente bom acontece para suas áreas, do mesmo modo como os deparamos à frente de grupos familiares e de instituições religiosas.

Vemos que cada um anseia por extrair benefícios imediatos da situação em que se aloja, desacreditando, convictamente, da vida imortal para além da matéria densa do mundo. Não te desarmonizes, pois, perante esse quadro sinistro, conflitivo e cheio de contradições da sociedade.
Trata de cumprir o que a ti te cabe, sem que as atitudes alheias te induzam ao desgoverno de ti mesmo, ou ao relaxamento para com teus compromissos perante a existência.

Cumpre-te pautar a vida nos passos dos ensinos do grande Mestre Jesus Cristo; aprende com Ele que a cada um será conferido de conformidade com as próprias atuações nos trilhos da vida.
Aprende, ainda, a não depositar os ensinos rútilos do Espiritismo sob mãos francamente incapazes ou sob mentalidades insanas, pois que, sem contestação, mais cedo ou mais tarde, tudo elas conseguirão desvirtuar, tudo irão degenerar sob os mais tolos ou obscuros argumentos.

Trata, pois, de mergulhar a mente nos ensinamentos felizes do Cordeiro de Deus e ajusta os teus passos na trilha por Ele deixada, e não te importunarás com os companheiros desviados da estrada por livre deliberação, conseguindo, então, não oferecer suas pérolas aos porcos, tampouco desejarás depositar vinho novo em barril velho, procurando, aí, sim, apesar das pelejas ardentes e das lágrimas inevitáveis dos teus testemunhos, seguir fiel e renovado, cheio de possibilidades para entender, orientar e socorrer a quantos o necessitem, na busca do Reino dos Céus, por meio dos roteiros do Espiritismo.

Com o tempo, na medida em que se renovem os humanos, também renovar-se-á o nosso bendito Movimento Espírita que, somente então, conseguirá refletir o brilho intraduzível do estelar Espiritismo.

Assim, não te descompenses. Procura fazer o que te cabe para ser feliz, levando contigo os que estejam sintonizados com o ideal de vida abundante e de paz insuplantável que adotaste para alicerçar a tua existência.

Hugo Reis
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 11.02.2008, na Sociedade Espírita Francisco de Assis de Amparo aos Necessitados – SEFAN, em Ponta Grossa – PR.
JFCR - Espiritista

SER ESPÍRITA

Às vezes, me pego em silêncio, reflexionando sobre o porque de também seguir a filosofia Espírita para através de seus postulados buscar a companhia do Mestre Jesus, quando tantas outras maneiras de professar o mesmo Cristianismo se apresentam bem menos difíceis, com bem menor grau de responsabilidade e dificuldade.

Digo isto, por que convivo com outros tantos irmãos Cristãos, inclusive familiares, seguidores de religiões que apresentam diversas maneiras de salvação para seus seguidores com maior facilidade uma em relação a outra, carecendo em certos casos apenas que o Cristão aceite Jesus em sua vida para obter a salvação imediatamente, apagando daí em diante, todo o seu passado, não interessando o que tenha feito de mal ao seu semelhante.

Outros seguidores do mesmo Cristianismo, conseguem o privilégio da salvação comparecendo à sua instituição religiosa semanalmente, confessando ao representante de Jesus na terra, fazendo algumas orações e recebendo a Hóstia Sagrada, que tem o poder de limpá-lo de todos os seus pecados, saindo o indivíduo completamente limpo e renovado para praticar logo a seguir todas as suas costumeiras atitudes do dia a dia, bebedeira, injustiças, "espertezas", atitudes criminosas, desrespeito ao seu semelhante, e por aí afora.

Após longa reflexão, desperto e imediatamente agradeço a Deus, por ter encontrado em minha vida a benção da Doutrina Espírita, para mais uma vez me esclarecer que não posso mais me dar o direito de perder tempo com reflexões descabidas, quando posso utilizá-la em proveito próprio e de meus semelhantes, procurando refletir de que modo posso ser útil a esses mesmos irmãos ainda iludidos com a facilidade de ter a seu bel prazer o reino do Céu e seus Santos à disposição de quando decidirem por se salvar.

Já tenho convicção da minha responsabilidade de co-criador deste universo do qual faço parte, que tenho um papel importante para desempenhar nessa sociedade que me abriga, que tenho a meu favor todos os elementos de que preciso dispor para através do trabalho lograr êxito nesta minha atual passagem por este planeta, que depende de cada um de seus habitantes para também ascender na escala hierárquica dos mundos, não prescindindo da minha ínfima participação.

Por isso, meus irmão e amigos, tomemos da enxada e comecemos a arar o nosso campo de atuação em todas as atividades que desempenhamos na sociedade hodierna, na certeza de que a verdadeira reflexão que devemos fazer diariamente tem que levar em consideração a nossa melhoria interior enfatizada no estudo do Espiritismo, que nos levará a prática da caridade através da benção do trabalho em prol do nosso próximo mais próximo.

JFCR - Espiritista

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Páginas Edificantes

OBREIROS ATENTOS
“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos." - TIAGO, 1 :25.
O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.

Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar.

Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se.

Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum.

Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.

Livro
Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel.
JFCR.

domingo, 27 de julho de 2008

MENSAGENS ESPIRITUAIS

O teu serviço, aparentemente humilhante, que outras pessoas menosprezam, é o teu tesouro, o ganha pão que te concede honradez.

Realiza-o consciente de sua importância, desimcumbindo-te dele co nobreza.

O diamante que fulgura veio da entranha da terra onde confraternizava com os vermes, e o pão saboroso, que enriquece a mesa, nasceu do trigo que se desenvolveu no charco...

Trabalhar, constitui desafio para todos.

Enquanto o homem produz, a marcha do progresso não se interrompe.

Dignifica as tuas atividades, sendo-lhes fiel servidor.

Livro: Vida Feliz
Divaldo Franco
Joanna de Ângelis.

Grifos nossos.

JFCR.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Parábolas Evangélicas

PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR OU MORDOMO INFIEL

"Disse Jesus aos discípulos: Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: que é isto que ouço dizer de ti? Dá conta da tua administração; pois já não pode mais ser meu administrador. Disse o administrador consigo: Que hei de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer para que, quando for despedido do meu emprego, me recebam em suas casas.Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta. Depois perguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com a sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas das iniquidades, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer a um e amar a outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas".
Lucas, XVI, 1-13

CAIRBAR SCHUTEL
O sentido oculto desta parábola visa a estas duas qualidades, pelas quais se reconhece a bondade ou a maldade do homem: fidelidade e infidelidade. Fidelidade é a constância, a firmeza e a lealdade com que agimos em todos os momentos da vida; na abastança como na pobreza, nas eminências dos palácios como na humanidade das choupanas, na saúde como na enfermidade, e até nos umbrais da morte como no apogeu da vida.

O apóstolo Paulo, demonstrando sua lealdade, sua constância, sua fidelidade, sua firmeza de caráter, dizia: "Quem me separará do amor de Cristo?" A fidelidade é a pedra de toque com que se prova o grau do caráter do homem. É fiel nos seus deveres? Tem forçosamente todas as qualidades exigidas ao homem de caráter: reconhecimento, gratidão, indulgência, caridade, amor, porque a verdadeira fidelidade não se manifesta com exceções ou preferências. Aquele que caminha para se aperfeiçoar em tudo, obedece à sentença de Jesus: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial".

Pelo que se conclui: expondo a parábola, Jesus teve por fim exortar seus discípulos a se aplicarem nessa virtude, que se chama fidelidade, para que pudessem um dia representá-la condignamente, tal como se manifesta nos Céus. Como tudo na Natureza e como tudo o que se faz mister para a perfeição, quer no plano físico ou na esfera intelectual e moral, a fidelidade vai-se engrandecendo em nós, à proporção que nela nos aperfeiçoamos. Não a adquirimos de uma só vez em sua plenitude, mas paulatinamente, gradativamente. E aquele que já a possui em certo grau, como o "administrador infiel" da parábola, faz jus à sua benevolência divina.

Pelo estudo analítico da parábola vemos que o administrador foi acusado por alguém, ou por outra, foi denunciado como esbanjador dos bens de seu patrão, pelo que este resolveu chamá-lo à ordem, perguntou-lhe: "O que quer dizer esta denúncia que tive de ti? Dá conta da tua administração; pois dessa forma não podes mais ser meu empregado". Pela prestação de contas verificou-se não ter havido esbanjamento, mas sim facilidade em negócios, que prejudicaram o patrão. O prejuizo constava de vendas feitas sem dinheiro e sem documentos: cem cados de azeite e cem coros de trigo. Tanto assim que, legalizadas as contas, com as letras correspondentes ao valor de cinquenta cados de azeite e oitenta coros de trigo", "o amo louvou o administrador iníquo por haver procedido sabiamente.

E salientando a seus discípulos a boa tática comercial do empregado que não só garantia a empresa que lhe fora confiada, mas também constituía um bom meio de granjear amigos, disse-lhes: "Granjeai amigos com a riqueza da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos". É o mesmo que dizer: auxiliai, com as vossas sobras, os que têm necessidade e sede também indulgentes para com os pecadores não lhes imputando o mal que fazem; mas antes, ao que devem cem cados de mal, mandai-o escrever só cinquenta, e, ao que deve cem coros de erros, mandai-os escrever oitenta; mas observai-os, que precisam trabalhar para resgatar essa dívida.

Fazei como fez o administrador infiel, assim chamado pelos seus acusadores, mas que, na verdade, procedeu sabiamente "porque quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito". "Se não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio quem vos dará o que é VOSSO?". As riquezas da iniquidade são os bens materiais, dos quais não somos mais que depositários, são riquezas injustas e não são NOSSAS, porque não prevalecem para a OUTRA VIDA.

O que é NOSSO são os bens incorruptíveis, dos quais Jesus falou também a seus discípulos, para que os buscassem de preferência, porque "os vermes não os estragam, a ferrugem não as consome, os ladrões não os alcançam nem a morte os subtrai". Os discípulos, - como têm obrigação de fazer, todos os que querem ser discípulos de Jesus - deveriam servir somente a Deus, que não é o AMO, não se escravizando a qualquer inconsciente endinheirado ou pseudo-sábio que lhe queira dominar a consciência: não se pode servir a Deus e a Mamon!

Conclui-se de tudo o que acabamos de ler, que o título de infiel, dado ao administrador, foi mal aplicado, torcendo por completo o sentido que Jesus deu à mesma parábola. A palavra divina, por ser falha quando de humana interpretação, faz-se mister que recorramos às entidades superiores do espaço, para que lhe compreendamos sempre o sentido em Espírito e Verdade.

CAIRBAR SCHUTEL

EM BUSCA DO MESTRE - PEDRO DE CAMARGO ( VINÍCIUS )
"Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador de seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta de tua mordomia; pois já não podes mais ser meu mordomo. Disse, então consigo, o administrador: Que farei agora, já que meu amo me tira a mordomia? Não tenho forças para cavar, e, de mendigar tenho vergonha. Eu sei, porém, o que me cumpre fazer, para que, despedido da mordomia, tenha quem me receba em suas casas. Em seguida, convocou os devedores do seu amo, dizendo ao primeiro deles: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: cem cados de azeite. Disse-lhe, então: Senta-te depressa, e escreve cinquenta. Depois indagou de outro: E tu quanto deves? Respondeu ele: cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta, e escreve oitenta. E assim fez com os demais. E o amo, sabendo disso, louvou o administrador iníquo, por haver procedido sabiamente; pois os filhos deste mundo são mais sábios para com sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Grangeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também o será no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que ficará sendo vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois ou há de aborrecer a um e servir o outro, ou há de unir-se a um e desprezar o outro. Não podeis pois, servir a Deus e a Mamom".

Sintetizemos a parábola, interpretando os seus personagens:
O amo ou proprietário: Deus.
O mordomo infiel: o homem.
Os devedores beneficiados: nosso próximo, os sofredores em geral.
A propriedade agrícola: O mundo que habitamos.
Moralidade: o homem é mordomo infiel porque se apodera dos bens que lhe são confiados para administrar, como se tais bens constituíssem propriedade sua. Acumula esses bens, visando exclusivamente a proveitos pessoais: restringe sua expansão, assenhoreia-se da terra cuja capacidade produtiva delimita e compromete. Enfim, todo o seu modo de agir com relação à propriedade que lhe foi confiada para administrar, é no sentido de monopolizá-la em benefício próprio, menosprezando assim os legítimos direitos do Proprietário.
Diante de tal proceder irregular, o Senhorio vê-se na contingência de demiti-lo. Essa exoneração, que não é lavrada a pedido, consuma-se com a morte. Todo o Espírito que desencarna é um mordomo despedido do emprego. A parábola figura um deles, cuja prudência é motivo de elogios. É aquele que, sabendo que ia ser despedido, e que nada poderia levar consigo, nem lhe assistia tampouco o que alegar em seu abono diante da demissão, procura, com os bens alheios ainda em seu poder, prevenir o seu futuro. E, como faz, granjeia amigos com a riqueza da iniquidade, isto é, lança mão dos bens acumulados, que representam a riqueza do Amo sob sua guarda, e, com ela, beneficia os vários devedores, cuja amizade, de tal maneira consegue conquistar!

E o Amo (DEUS) louva a ação do mordomo (homem) que assim procede, pois esse a quem ele aqui no mundo beneficiaria serão aqueles que futuramente o receberão nos Tabernáculos eternos (páramos celestiais, céus, espaço, etc.). O grande ensinamento desta importante parábola está no seguinte: Toda riqueza é iníqua. Não há nenhuma legítima no terreno das temporalidades do século. Riquezas legítimas ou verdadeiras são unicamente as de ordem intelectual e moral: o saber e a virtude. Não assiste ao homem o direito de monopolizar a terra, nem de açambarcar os bens que dela derivam.

Seu direito não vai além do usufruto. Como, porém, todos os homens são ainda egoístas e querem monopolizar os bens terrenos em proveito exclusivo, o Mestre aconselha, com muita justeza, que, ao menos, façam como o Mordomo Infiel: Granjeiem amigos com esses bens dos quais ilegalmente se apossaram, reduzindo, assim, o débito dos que, nesta existência, resgatam culpas. A parábola em apreço contém, em sua essência, transcendente lição de sociologia, encerrando um libelo contra a avareza, e belíssima apologia da liberalidade e do altruísmo, virtudes cardiais do Cristianismo.
Obedecem ao mesmo critério acima exposto, estes outros dizeres: Quem é fiel no pouco também será fiel no muito. Se não fostes fiel nas riquezas injustas, quem vos confiará as legítimas? E se não destes boas contas do alheio, quem vos dará aquilo que se tornará vosso? É claro que a riqueza classificada como sendo o "pouco", como sendo a iníqua e alheia é a que consiste nos bens materiais; enquanto que, a riqueza reputada como sendo o muito, a legítima e a que constitui propriedade inalienável é aquela representada pêlos predicados de caráter, pela virtude, numa palavra, pela evolução conquistada pelo Espírito no transcurso das existências que se sucedem na eternidade da vida.
A terra constitui propriedade de ninguém: é patrimônio comum. E, como a terra, qualquer outra espécie de bens, visto como toda a riqueza é produto da terra. Ao homem é dado desfrutá-la na proporção das suas legítimas necessidades. Tudo que passa daí é uma apropriação indébita. Não se acumula ar, luz e calor para atender aos reclamos do corpo. O homem serve-se naturalmente daqueles elementos, sem as egoísticas pretensões de entesourar.O testemunho eloquente dos fatos demonstra que o solo quanto mais dividido e retalhado, mais prosperidade, mais riquezas e felicidade assegura aos povos e às nações. De outra sorte, comprova também que a causa fundamental das guerras — esse flagelo, essa expressão de barbárie, selvageria e bruteza — está na ambição e na megalomania de possuir e dominar o mundo, como se este pudesse constituir propriedade do homem.

PEDRO DE CAMARGO "VINICIUS"

PAULO ALVES GODOY

Esta parábola de Jesus tem merecido as mais desencontradas interpretações no decurso dos tempos pelo fato de, aparentemente, encerrar uma apologia à desonestidade e uma consagração à fraude.

Muitos supõem que o fato de Jesus recomendar que se deva "grangear amigos, com o dinheiro da injustiça", representa um incentivo à conquista de fortunas ilícitas, pois, afIrmam: "uma vez que se faça amigos com aquilo que é contraído desonestamente, não haverá maiores problemas".
Ninguém ignora, entretanto, que no Evangelho não existe nada dúbio, e que não é esse o espírito do ensinamento contido na parábola.

O mordomo infiel foi descoberto na prática de atos de desonestidade e, como decorrência, viu-se na iminência de perder o seu cargo. Agindo com verdadeiro espírito de previsão, ele achou que o caminho mais acertado, uma vez que já havia cometido o erro, seria aquele de grangear amigos, para que estes, quando ele estivesse privado da mordomia e na condição de penúria, o ajudassem como amigos.

Chamando todos os devedores do seu senhor, reduziu as dívidas de cada um, e o senhor, ao tomar conhecimento da sua atitude desleal e infiel, admirou-se de sua prudência. Jesus por sua vez esclareceu que "os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz".

Qual será a linha divisória entre os bens adquiridos legítima ou ilegitimamente?

O apóstolo Tiago, em sua Epístola Universal, assevera:

"O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram, e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e por vós foi diminuído, clama." (Tiago, 5:3-4)

O usurpador dos bens do próximo tanto é aquele que rouba ostensivamente, como aquele que, no dizer judicioso de Tiago: "diminue o salário dos seus trabalhadores", locupletando-se com um patrimônio que poderia ter mitigado fome, proporcionando saúde, bem-estar, educação e até estancado lágrimas.

Tiago preconiza que, se o ouro ou a prata dos nossos tesouros materiais se enferrujarem, a ferrugem clamará contra nós. Ferrugem essa causada pela estagnação da riqueza, pela avareza, pela falta de uma aplicação sadia, que venha a beneficiar a coletividade; ferrugem simbolizada nas pessoas que mercantilizam com seus dons e com sua inteligência; ferrugem representada pelo saber, pelo conhecimento, que muitas pessoas guardam, egoisticamente, apenas para si.

Um indivíduo que, sem conhecer os seus reflexos no mundo espiritual, tenha adquirido uma fortuna ilegítima e resolve por um paradeiro em seu erro, obviamente poderá reduzir o clamor de que fala Tiago, e minorar as conseqüências do desajuste que sofrerá nos planos espirituais, tomando como exemplo o feito do publicano Zaqueu, (Lucas, 19:1-10), que, ao receber em seu lar a visita de Jesus, decidiu-se espontaneamente a repartir com os pobres metade da sua fortuna e a restituir quatro vezes mais às pessoas a quem havia espoliado.

Zaqueu fez como o mordomo da parábola: grangeou amigos com o dinheiro que havia acumulado através da prática da injustiça, e, quando se dispôs a reparar a falta, Jesus o elogiou, dizendo: "Zaqueu, hoje entrou a salvação em tua casa!"

A Parábola do Rico e de Lázaro, (Lucas, 16: 19-31), nos revela as conseqüências funestas com que se depara um Espírito que "não soube ser prudente, grangeando amigos com as riquezas contraídas com a prática da injustiça": o rico da parábola não encontrou amigos nos "tabernáculos eternos", nem para "molhar o dedo na água e refrescar a sua língua"

Ele não amparou Lázaro, não procurou ajudá-lo a encontrar meios de minorar as suas dores, e, como decorrência, após ultrapassar o limiar do túmulo, não obteve permissão para que Lázaro, que habitava "os tabernáculos eternos", viesse aplacar as atribulações que o acometiam.

O homem que Deus situa na Terra, cumulado de todas as prerrogativas, desfrutando das facilidades da saúde, da paz, da educação, dos benefícios do instituto familiar, mas que malbarata todos esses valores, simboliza o Mordomo Infiel, esbanjando os talentos que Deus, nosso Pai, lhe confiou.

Entretanto, como o filho deste século é mais prudente do que os filhos da luz, esse mordomo infiel poderá auxiliar o seu próximo, minorando seus sofrimentos, ajudando-o, desta forma, a ter mais força para levar avante a sua tarefa.

O mais apreciável bem que poderíamos fazer ao nosso semelhante, é, ajudá-lo no processo de auto-iluminação. A criatura esclarecida consegue evitar desvios e furtar-se à prática de atos danosos, que levam a contrair novas dívidas perante a Justiça Divina. Porisso, proclamou o Mestre: "Conheça a verdade e ela vos fará livres".

Se alguém contribuir para elucidar um Espírito encarnado, iluminando a sua senda e proporcionando-lhe maiores condições de poder discernir o bem do mal, dando-lhe condições de diminuir suas dívidas para com a Justiça Divina, estará atuando como o Mordomo Infiel, que, apesar de ter esbanjado os talentos que Deus lhe confiou, soube ser diligente no gerir de sua vida material e, pelo menos, amparou o seu próximo, ajudando-o a carregar o seu pesado fardo obviamente, esse seu próximo, agradecido, o ajudará como amigo quando, pela morte do corpo, for despojado da mordomia e se ver face aos "clamores" no mundo espiritual.

O mais formal desmentido às interpretações dúbias da parábola do Mordomo Infiel está contido
nas últimas palavras da narrativa: "Pois se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? E se no alheio não fostes fiéis quem vos dará o que é vosso?" Na realidade, Jesus deixa implícito nesse ensinamento sobre, se não soubermos aplicar a fidelidade no trato das riquezas injustas, quem nos confiará as riquezas verdadeiras, pois, é óbvio que a nossa infidelidade nas coisas pequenas, também é válida nas coisas grandes: se não soubermos ser fiéis naquilo que não é nosso, quem esperará a nossa fidelidade naquilo que é nosso?

O apóstolo Paulo recomendou que aprendêssemos a nos livrar das coisas corruptíveis para que pudéssemos entrar no gozo das coisas incorruptíveis: Se não soubermos gerir bem as coisas da Terra, como nos poderão ser confiadas as coisas do Céu?

Paulo Alves Godoy

RODOLFO CALLIGARIS

Esta parábola, interpretada ao pé da letra, pode dar a entender que o Mestre esteja apontando o roubo e a fraude como exemplos de conduta dignos de serem imitados.

Considerada, porém, em seu verdadeiro sentido, segundo o espírito que vivifica, encerrra uma profunda lição de sabedoria e de bondade que poucos hão sabido entender.

Inicialmente, identifiquemos as duas principais personagens da historieta evangélica, e o local em que a ação se desenrola.

O rico proprietário é Deus, o Poder Absoluto que sustenta todo o Universo; o mordomo é a Humanidade, ou seja, cada um de nós; e a fazenda é o planeta Terra, campo em que se desenvolve atualmente nossa evolução.

Os bens que nos foram dados a administrar é tudo o de que nos jactamos estultamente nesta vida: propriedades, fortuna, posição social, família e até mesmo nosso corpo físico.

Todas essas coisas nos são colocadas à disposição pelo Supremo Senhor, durante algum tempo, a fim de serem movimentadas para benefício geral, mas, em realidade, não nos pertencem. A prova disso está em que sempre chega o dia em que seremos despojados delas, quer o desejemos, quer não.

Nossa infidelidade consiste em utilizarmo-nos desses recursos egoisticamente, como se fôssem patrimônio nosso, dilapidando-o ao sabor de nossos caprichos, esquecidos de que não poderemos fugir à devida prestação de contas quando, pela morte, formos despedidos da morrdomia.

Pois bem, já que abusamos da Providência, malbaratando os bens de que somos simples administradores, tenhamos ao menos o atilamento do mordomo de que fala a parábola.

Que fêz ele? Para ter quem o favorecesse, quando demitido do cargo que desempenhava, tratou de fazer amigos, reduzindo as contas dos devedores de seu amo.

E' o que Jesus nos aconselha fazer, quando diz: "granjeai amigos com as riquezas iníquas".

Em outras palavras, isto significa que os sofredores de todos os matizes são criaturas que se acham endividadas perante Deus, são pecadores que têm contas a saldar com a Justiça Divina, e auxiliá-los em suas necessidades, minorar-lhes as dores e aflições, equivale a diminuir-lhes as dívidas, de vez que, via de regra, todo sofrimento constitui resgate de débitos contraídos no passado.

Se assim agirmos, ganharemos a amizade e a gratidão desses infelizes, que se solidarizarão conosco quando deixarmos este mundo, bem assim a complacência do Pai celestial, porque muito Lhe apraz ver-nos tratar o próximo com misericórdia.

Não falta, aqui na Terra, quem admire "os filhos do século" pelo fato de se empenharem a fundo, com inteligência, denodo e sacrifícios até, no sentido de assegurarem aquilo a que chamam "o seu futuro".

Quão maiores louvores, entretanto, haveriam de merecer de Deus "os filhos da luz", os já esclarecidos acerca da vida espiritual, se procedessem com igual esforço e dedicação, empregando a bondade na conquista dos planos superiores, situados além deste orbe de trevas?
Sejamos, pois, colaboradores fiéis da Diivindade, gerindo os bens materiais de que dispusermos em conformidade com os ensinamentos sublimes que nos foram ditados por Jesus no Sermão da Montanha; assim fazendo, estaremos acumulando, no céu, um tesouro verdadeiramente imperecível. Sim, porque as virtudes cristãs, que formos adquirindo no convívio com nossos semelhantes, são as únicas riquezas efetivamente nossas, e só elas nos poderão dar a felicidade perfeita, nos tabernáculos eternos!

Rodolfo Calligaris
Francisco Rebouças

Ética, uma palavra fora de moda!

O Dicionário da Língua Portuguesa define a palavra Ética, como: s.f. parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade; deontologia; ciência da moral.¹ Significado este, que nos dias da atualidade, tornou-se artigo de luxo, muito raro de ser observado.

É, perfeitamente natural, que o homem alimente o desejo de crescer, de progredir, de alcançar vitórias em sua vida. Quem não nutre esses sonhos no fundo do seu SER? O problema é a forma como esses desejos ou aspirações são alcançados, pois, não podemos jamais esquecer de que em tudo precisamos ser acima de qualquer coisa dignos, honestos e honrados; afinal, não somos cristãos seguidores da mensagem do Mestre de Nazaré através dos ensinamentos contidos na sublime mensagem deixada por ele nos evangelhos?

O Espiritismo nos ensina que só nos pertence verdadeiramente, aquilo que conquistamos com esforço e trabalho honesto, sem prejuízo de outrem, da forma mais justa possível e, em conformidade com as Leis Divinas, pois, vivendo o homem em sociedade, terá ele direitos e obrigações a cumprir, como se pode ver nas instruções dos Imortais da Vida Maior em resposta à indagação do insigne Codificador nas questões que seguem constantes de O Livro dos Espíritos.

877. Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais?

Certo e a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos procederá sempre com justiça. Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas. A vida social outorga direitos e impões deveres recíprocos.”

878. Podendo o homem enganar-se quanto à extensão do seu direito, que é o que lhe fará conhecer o limite desse direito?

“O limite do direito que, com relação a si mesmo, reconhecer ao seu semelhante, em idênticas circunstâncias e reciprocamente.” ²

Se analisarmos com atenção as respostas acima, chegaremos facilmente à conclusão, de que o homem não pode em hipótese alguma deixar de respeitar os direitos de seu semelhante, pois, se assim não proceder, estará cometendo uma grande falta perante a paternidade Divina que nos criou em igualdade de situação, sem privilégio algum em relação ao nosso irmão que conosco caminha em direção à felicidade e à perfeição tão desejadas.

Precisamos aprender a ser éticos em nossas atitudes para com tudo, isto é, respeitar a Deus e aos homens, saber impor limites às nossas ações para alcançar os nossos objetivos, saber manter sob controle nossas ambições, e empregar todos os esforços para não nos utilizarmos de quaisquer artifícios ilegais na luta para conseguir a realização desses objetivos. Entre tantas outras atitudes condenáveis podemos alertar para algumas como: não roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir nossos secretos e ambiciosos desejos.

Desde cedo temos a obrigação moral de dar aos nossos filhos exemplos de atitudes dignas pautados na ética e na decência, pois, hoje em dia a maioria dos pais se preocupa em demasia em tornar seus filhos ambiciosos para a conquista dos bens materiais, mas ao mesmo tempo, não se incomodam quando os filhos não são éticos no alcance de suas propostas, se for preciso colar na prova para passar de ano, isso pouco importa, desde que passe, é tudo o que eles objetivam como sendo a meta maior a ser conquistada.

Reduzido é o número de pais que se preocupam em saber o comportamento do seu filho na escola, se ele não atrapalha o bom andamento das aulas, se é cumpridor dos afazeres a ele atribuídos etc., e ainda, muitos se aborrecem se forem chamados para uma reunião na escola, e se lhe for feita qualquer tipo de queixa sobre o comportamento do seu “santo” filho.

O problema maior, é que normalmente os responsáveis por ensinar os princípios da moral e da ética aos seus rebentos, desconhecem esses princípios, pois, só alcançam seus objetivos ambiciosos a preço de pesados prejuízos que impõem aos outros, sem se incomodarem com quaisquer fundamentos de ética ou dignidade, que sabem cobrar quando se vêem prejudicados no mínimo detalhe.

Até mesmo em nosso movimento espírita, encontramos grande quantidade de companheiros que desconhecem o valor da dignidade em suas atitudes para com os seus irmãos de ideal espírita, e, sem o menor constrangimento, praticam atos, que há muito já deveriam ter erradicado de suas ações, como espíritas que dizem ser com muitos anos de movimento espírita.

Devemos nos alicerçar nos ensinos da doutrina espírita, que nos aclara o entendimento para que saibamos melhor discernir na hora de tomar qualquer atitude, principalmente se for causar qualquer dano ou prejuízo ao nosso semelhante, para que nossa aquisição possa ser considerada como legítima da forma que os Espíritos Superiores nos ensinaram nas questões que seguem:

884. Qual o caráter da legítima propriedade?

“Propriedade legítima só é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem.” (808) Proibindo-nos que façamos aos outros o que não desejáramos que nos fizessem, a lei de amor e de justiça nos proíbe, ipso facto, a aquisição de bens por quaisquer meios que lhe sejam contrários.

885. Será ilimitado o direito de propriedade?

“É fora de dúvida que tudo o que legitimamente se adquire constitui uma propriedade. Mas, como havemos dito, a legislação dos homens, porque imperfeita, consagra muitos direitos convencionais, que a lei de justiça reprova. Essa a razão por que eles reformam suas leis, à medida que o progresso se efetua e que melhor compreendem a justiça. O que num século parece perfeito, afigura-se bárbaro no século seguinte.” (795) ³

Que o Mestre de Nazaré possa nos inspirar a agir em tudo com ética, vivenciando em nossas ações diárias, os exemplos que ELE nos veio ensinar há mais de 2000 anos atrás.


Fontes:
1) Dicionário da Língua Portuguesa, Francisco da Silveira Bueno- MEC, 9ª Edição;
2) O Livro dos Espíritos, FEB 76ª Edição;
3) Idem, Idem.
Grifos Nossos.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Estudando o Espiritismo

Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus
Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. — Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? — Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniqüidade. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 21 a 23.)
Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. — Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. — Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 24 a 27. — S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)
Aquele que violar um destes menores mandamentos e que ensinar os homens a violá-los, será considerado como último no reino dos céus; mas, será grande no reino dos céus aquele que os cumprir e ensinar. — (S. MATEUS, cap. V, v.19.)
Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Senhor! Senhor! — Mas, de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão cristãos os que o honram com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração. Pela forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão dirão eles a Jesus: “Senhor! não profetizamos, isto é, não ensinamos em teu nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não comemos e bebemos contigo?” Ele lhes responderá: “Não sei quem sois; afastai-vos de mim, vós que cometeis iniqüidades, vós que desmentis com os atos o que dizeis com os lábios, que caluniais o vosso próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério. Afastai-vos de mim, vós cujo coração destila ódio e fel, que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis corram lágrimas, em vez de secá-las. Para vós, haverá prantos e ranger de dentes, porquanto o reino de Deus é para os que são brandos, humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genuflexões. O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade.”
São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade. Constituem não só a salvaguarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão, porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como a casa edificada na areia: o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 6 a 9.
JFCR Espiritista

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Estudando o Espiritismo

Injúrias e violências
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.)
Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. — Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)
Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.
Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.
Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: “Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra”, tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?
Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.
Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IX, itens 1 a 5.
JFCR Espiritista

Estudando o Espiritismo

Ressurreição e reencarnação (I)
Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus — que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: “Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.” Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” Disse-lhe Nicodemos: “Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?” Retorquiu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. — O que é nascido da carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. — Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. — O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.” Respondeu-lhe Nicodemos: “Como pode isso fazer-se?” — Jesus lhe observou: “Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. — Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?” (S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12.)
A idéia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas acima reproduzidas (n.º 1, n.º 2, n.º 3). Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” E insiste, acrescentando: Não te admires de que eu te haja dito ser preciso nasças de novo.

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. IV, itens 5 e 6.

JFCR Espiritista

Preces Espíritas

Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores

Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento. É nesse sentido que lhes pode não só aliviar, como abreviar os sofrimentos. (Veja-se: O Céu e o Inferno, 2ª Parte — “Exemplos”.)
Pessoas há que não admitem a prece pelos mortos, porque, segundo acreditam, a alma só tem duas alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas, resultando, pois, em ambos os casos, inútil a prece. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos, por instantes, a realidade das penas eternas e irremissíveis e que as nossas preces sejam impotentes para lhes pôr termo. Perguntamos se, nessa hipótese, será lógico, será caridoso, será cristão recusar a prece pelos réprobos? Tais preces, por mais impotentes que fossem para os liberar, não lhes seriam uma demonstração de piedade capaz de abrandar-lhes os sofrimentos? Na Terra, quando um homem é condenado a galés perpétuas, quando mesmo não haja a mínima esperança de obter-se para ele perdão, será defeso a uma pessoa caridosa ir carregar-lhe os grilhões, para aliviá-lo do peso destes? Em sendo alguém atacado de mal incurável, dever-se-á, por não haver para o doente esperança nenhuma de cura, abandoná-lo, sem lhe proporcionar qualquer alivio? Lembrai-vos de que, entre os réprobos, pode achar-se uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez um pai, uma mãe, ou um filho, e dizei se, não havendo, segundo credes, possibilidade de ser perdoado esse ente, lhe recusaríeis um copo d’água para mitigar-lhe a sede? um bálsamo que lhe seque as chagas? Não faríeis por ele o que faríeis por um galé? Não lhe daríeis uma prova de amor, uma consolação? Não, isso cristão não seria. Uma crença que petrifica o coração é incompatível com a crença em um Deus que põe na primeira categoria dos deveres o amor ao próximo.
A não eternidade das penas não implica a negação de uma penalidade temporária, dado não ser possível que Deus, em sua justiça, confunda o bem e o mal. Ora, negar, neste caso, a eficácia da prece, fora negar a eficácia da consolação, dos encorajamentos, dos bons conselhos; fora negar a força que haurimos da assistência moral dos que nos querem bem.
Outros se fundam numa razão mais especiosa: a imutabilidade dos decretos divinos. Deus, dizem esses, não pode mudar as suas decisões a pedido das criaturas; a não ser assim, careceria de estabilidade o mundo. O homem, pois, nada tem de pedir a Deus, só lhe cabendo submeter-se e adorá-lo.

Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, itens 18 a 20.
JFCR Espiritista

Estudando o Espiritismo

Os falsos profetas da erraticidade
Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.
São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste.
Mas, há muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará. Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.
Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em continuo aumento. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas.
Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados. São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando vivos, ainda querem vitimas para tiranizar depois de terem morrido. Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição.
Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros. Nenhum médium é perfeito, se está obsidiado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure colocar-se. Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se submetem a práticas que tendem para a superstição, indubitavelmente se acham presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito.
É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro. Pode um médium ser fascinado, e iludido um grupo; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus. — Erasto, discípulo de São Paulo. (Paris, 1862.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, item 10.
JFCR Espiritista

Perante as manchetes da mídia!

"Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, segui sempre o bem, tanto uns para com outros, como para com todos". Paulo (I Tessalonicenses, 5:15)¹

É, de suma importância e mesmo prudente, não nos deixarmos empolgar por emoções exageradas e desordenadas em decorrência de fatos que venham a ocorrer, e que contaminem por sua repercussão a grande maioria das pessoas do nosso convívio diário, como as costumeiras notícias veiculadas pelos órgãos de divulgação da mídia que de forma escandalosa noticiam os crimes, os delitos, os abusos de toda ordem, as epidemias, as catástrofes, e outras tantas manchetes de causar impacto, revolta e até desequilíbrio em tantos quantos se deixarem envolver diante de tamanha negatividade.
Precisamos manter o equilíbrio diante dos comentários a cerca das notícias deprimentes e lamentáveis que nos chegam ao conhecimento, procurando abster-nos de alardear os fatos com sensacionalismos desnecessários e dispensáveis, que serviriam simplesmente para aumentar ainda mais os fluidos maléficos que já se estabeleceram em torno do acontecimento e de seus partícipes; buscando, ao contrário, mantermo-nos calmos e se possível procurar também acalmar os outros.
A benfeitora Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco nos diz categoricamente no Capítulo 7 do Livro Episódios Diários: “Assuntos triviais tomam tempo, e expressões chulas, com anedotário vulgar, entorpecem a razão mantendo a psicosfera doentia”. ²
Se não nos for possível nada fazer para acalmar os ânimos que estejam acirrados, procuremos manter a caridade do silêncio diante do palavrório em desvario que grassem no momento, e manter atitude de ponderação, contrapondo a prece e os pensamentos elevados no intuito de semear a harmonia do bem ante o assédio destruidor do mal, entendendo que a palavra errada nos momentos de crueldade e desequilíbrio, aumenta a força e a influência do mal, instigando o crime.
Mais à frente no mesmo capítulo do livro a Benfeitora nos instrui: “Quando te vejas envolvido pelo clima das conversações nefastas, muda de assunto, propõe tema diferente, conciliador, edificante, substituindo a vulgaridade e o pessimismo, que devem ceder espaço ao conhecimento da beleza e da verdade”. ³
Não podemos nos esquecer, que tudo está sob o controle de uma Lei Maior, e mesmo os acontecimentos mais aflitivos de nossas existências, gravitam na esfera da Justiça Divina; e procuremos entender que, nas maiores como nas menores decepções da vida do homem na Terra, por mais estranhas, desconcertantes, ou inacreditáveis, que sejam, não passam de manifestações dos desígnios Superiores, em forma de expiações ou provas, atuando em favor do aprimoramento do espírito Imortal, que carrega grande carga de dívida para com a respectiva Lei, pois, Deus não erra nem comete equívocos.
Portanto, diante das notícias inesperadas e estarrecedoras que nos cheguem, ferindo-nos a sensibilidade; mesmo com sacrifício e dificuldade de compreensão; jamais esqueçamos de que somos construtores do bem, discípulos do Mestre de Nazaré, que muito espera de nós outros, principalmente de nós partidários da mensagem esclarecedora e consoladora do Espiritismo, e jamais desistamos da construção que nos compete realizar na obra da implantação do reino de Deus entre os homens, pois, sabemos que cada Espírito possui sua conta própria na contabilidade da Justiça Divina, como nos esclareceu Jesus quando nos asseverou: “A cada um segundo as suas obras”. 4
1) Paulo (I Tessalonicenses, 5:15;)
2) Franco, Divaldo Pereira – Livraria e Editora Alvorada – Livro: Episódios Diários Cap. 7;
3) Idem, Idem;4) Lucas XII:47-48.

JFCR Espiritista

Solicitação e resposta!

“Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” —(TIAGO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 17.)
Ao procedermos às costumeiras cobranças de respostas de nossas solicitações feitas aos Amigos do Mundo Maior, com o conhecido imediatismo de que nos achamos merecedores, e ao constatarmos que as respostas da Providência Divina, não nos chegam com a velocidade que desejamos, ficamos revoltados, nos achando esquecidos e desprezados pelos Espíritos Superiores, que nem ao menos refletimos nos fatos que nos estão trazendo preocupações, nos quais se encerram ocorrências que provavelmente mais tarde, um pouco mais calmos e equilibrados, compreenderemos melhor.
Absolutamente, nenhuma de nossas rogativas, endereçadas às forças superiores da vida, ficam sem resposta, nenhuma prece feita com o coração deixa de apresentar seus resultados, nenhum pedido que formulamos ao Alto deixa de ser apreciado pelos prepostos do Mestre de Nazaré.
O que nos falta nesses momentos é ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, pois, envoltos por uma profunda cegueira das coisas da alma, pensamos que o melhor para nós é o que queremos naquele justo momento, e, se assim não acontece, passamos então a agir como verdadeiras crianças, ficamos aborrecidos, desequilibrados a acusar a Divindade de injusto e até malvado.
As crises gerais, que procedem da insegurança individual, são, por sua vez, responsáveis por mais altas e expressivas somas de desconforto, insatisfação, instabilidade emocional do homem, formando um círculo vicioso que se repete, sem aparente possibilidade de arrebentar as cadeias fortes que o constituem”. ¹
Achamo-nos no direito de exigir de Deus, que nos obedeça às ordens, e cobramos ações e soluções D’ele, como exigimos de um empregado o cumprimento de uma obrigação de realizar alguma de suas atribuições para o qual está sendo muito bem pago. Não somos ainda, suficientemente capazes de entender que na grande maioria das vezes, os acontecimentos que tanto nos infelicitam a vida, são obras do nosso modo de viver, são frutos de nossas más escolhas que privilegiam quase sempre os prazeres fugidios e ilusórios da matéria.
O homem deve ser educado para conviver consigo pró­prio, com a sua solidão, com os seus momentâneos limites e ansiedades, administrando-os em proveito pessoal, de modo a poder compartir emoções e reparti-las, distribuir conquis­tas, ceder espaços, quando convidado à participação em ou­tras vidas, ou pessoas outras vierem envolver-se na sua área emocional”. ²

Precisamos crescer em virtudes do Espírito Imortal, deixando surgir o homem novo que dormita no imo de nosso Ser, e trabalhar sem esmorecimento no bem, e aceitar os obstáculos que não fizemos por merecer nesta ocasião, como sendo a parte que constitui o nosso ajustamento com as Soberanas Leis que regem o destino das criaturas com seus mecanismos naturais em nome da Justiça Maior que determina “que a cada um seja concedido segundo as suas obras”.
Preciso se faz, aprendermos interpretar com sabedoria as respostas divinas, que em tudo nos atenderá de conformidade com nossas necessidades reais e ainda, de acordo com os nossos merecimentos, e não segundo os nossos caprichos.
Que Deus nos abençoe, nos ampare e nos ajude a fortalecer a nossa compreensão hoje e sempre!
Fonte:
1) Franco, Divaldo Pereira, O Homem Integral, Cap. 14, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

2) Idem, Idem.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

No Controle da Voz

Observe como vai indo o tom da sua voz, porque a voz é dos instrumentos mais importantes na vida de cada um, e por isso mesmo precisa de cuidados especiais.

A voz de cada pessoa está carregada pelo magnetismo dos seus próprios sentimentos, portanto procura encharcá-la de fluidos positivos e ternos, que possa ser bem acolhida e leve paz ao teu ouvinte.

Não fale em tonalidade tão alta que assuste e nem tão baixa que crie dificuldade a quem ouça, pois teu interlocutor pode ser sensível ao barulho ou pode também ter dificuldade para te ouvir.

Quando necessário, repete com paciência o que já foi dito ao teu ouvinte, sem alterar o tom de voz, procurando entender que nem todas as pessoas trazem audição impecável, e por isso mesmo deves ter o cuidado de não ferir quem te pede para que repita o que não conseguiu captar na tua mensagem.

Diante daqueles que te parecem com dificuldades auditivas, não te impacientes e não lhe digas nunca frases que o possam constranger como por exemplo: "Você está surdo?", "Você quer que eu grite?", "Quantas vezes quer você que eu fale?" ou "já cansei de repetir isso".

Descontrolada pela cólera, a voz se transforma na verdade em uma agressão e, a agressão, jamais convence, ou resolve qualquer problema ou dificuldade que nos pedem resolução.

Converse com serenidade e respeito, colocando-te no lugar da pessoa que te ouve, e educará tuas manifestações verbais com mais segurança e proveito, fazendo-te veículo de informação e ensinamento.

Quando estiveres fazendo uso do telefone para te comunicar, recorde que no outro lado do fio está alguém que precisa de tua palavra calma, mansa, sóbria, e respeitosa a fim de manter a própria tranqüilidade, e que muito podes colaborar para que isso aconteça.
Usa a bênção da tua voz para transmitir serenidade, alegria, otimismo, pensa que não gostarias de ser ouvinte de quem não te tratasse com educação e respeito e oferece teus recursos da fala para edificar o amor pelo teu próximo.
JFCR Espiritista

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Espiritismo como remédio eficaz, para a boa saúde de nossa sociedade!

Os constantes acontecimentos que diariamente explodem como uma bomba destruidora na imprensa falada, escrita e televisada, mantêm a população do nosso país, particularmente de nosso estado do Rio de Janeiro, em estado permanente de preocupação e medo. Essa situação anormal que ora vivenciamos, muito tem nos levado a refletir o quanto precisa ser feito por cada um de nós cidadãos brasileiros e em particular nós fluminenses para reverter este triste quadro de selvageria.
O espiritismo vem nos esclarecer sobre esse difícil momento de turbulência que envergonha a nossa sociedade tida por civilizada, conclamando-nos ao exercício da vivência e divulgação dos postulados contidos na codificação de nossa doutrina, difundindo a prática da caridade e do amor ao próximo, como sendo os únicos meios eficazes para uma mudança de postura visando tornar o cidadão consciente das suas responsabilidades e dos seus deveres para o próximo, e para com Deus.
Para tanto, é imprescindível o esclarecimento através da divulgação do evangelho de Jesus, em nossas casas espíritas propiciando situações reais de contribuição para a virada de postura de nossa sociedade, preparando equipes destinadas a essa nobre atividade, iniciando imediatamente um movimento sério e profundo de evangelização dos pais, ou responsáveis, crianças e jovens do nosso conhecimento, convocando as famílias a levarem seus filhos e de seus conhecidos à casa espírita.
Enquanto o homem continuar sendo levado pela antiga visão arcaica e equivocada a crer que a sua vida é única e curta, e, que deve viver como se nada mais existisse após o momento da sua morte, permanecerá ele, com os mesmos procedimentos de desrespeito, promovendo desordem e pouco se incomodando com o bem-estar de seu semelhante e da sociedade que faz parte, dando toda importância somente às coisas materiais, sem a menor preocupação com o seu lado espiritual esquecido e desprezado.
O Espiritismo, precisa ser muito mais divulgado do que até hoje tem sido, pois, sua mensagem de confiança e certeza na vida futura, que não se finda com a simples morte do corpo físico, muito pode contribuir para a modificação do pensamento equivocado de muitos desses causadores de tragédias e desgraças, pois, saberão que terão de prestar contas de todos os seus atos de desrespeito e selvageria, cometido contra seu irmão em humanidade na continuidade da vida que não se extingue.
São os Imortais da Vida Maior que nos afirmam em O Livro dos Espíritos que o bem é muito pouco propagado e conseqüentemente, o mal impera por absoluta falta de empenho e ousadia dos poucos que o praticam em sua divulgação conforme segue.
932. Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
“Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”
933. Assim como, quase sempre, é o homem o causador de seus sofrimentos materiais, também o será de seus sofrimentos morais?
“Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, numa palavra, são torturas da alma.“
A inveja e o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois vermes roedores! Para aquele que a inveja e o ciúme atacam, não há calma, nem repouso possíveis. À sua frente, como fantasmas que lhe não dão tréguas e o perseguem até durante o sono, se levantam os objetos de sua cobiça, do seu ódio, do seu despeito. O invejoso e o ciumento vivem ardendo em contínua febre. Será essa uma situação desejável e não compreendeis que, com as suas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios voluntários, tornando-se-lhe a Terra verdadeiro inferno?”
Muitas expressões pintam energicamente o efeito de certas paixões. Diz-se: ímpar de orgulho, morrer de inveja, secar de ciúme ou de despeito, não comer nem beber de ciúmes, etc. Este quadro é sumamente real. Acontece até não ter o ciúme objeto determinado. Há pessoas ciumentas, por natureza, de tudo o que se eleva, de tudo o que sai da craveira vulgar, embora nenhum interesse direto tenham, mas unicamente porque não podem conseguir outro tanto. Ofusca-as tudo o que lhes parece estar acima do horizonte e, se constituíssem maioria na sociedade, trabalhariam para reduzir tudo ao nível em que se acham. É o ciúme aliado à mediocridade.
De ordinário, o homem só é infeliz pela importância que liga às coisas deste mundo.Fazem-lhe a infelicidade a vaidade, a ambição e a cobiça desiludidas. Se se colocar fora do círculo acanhado da vida material, se elevar seus pensamentos para o infinito, que é seu destino, mesquinhas e pueris lhe parecerão as vicissitudes da Humanidade, como o são as tristezas da criança que se aflige pela perda de um brinquedo, que resumia a sua felicidade suprema.
Aquele que só vê felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz, desde que não os pode satisfazer, ao passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz com os que outros consideram calamidades.
Referimo-nos ao homem civilizado, porquanto, o selvagem, sendo mais limitadas as suas necessidades, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias. Diversa é a sua maneira de ver as coisas. Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua infelicidade e a analisa. Por isso é que esta o fere. Mas, também, lhe é facultado raciocinar sobre os meios de obter consolação e de analisá-los. Essa consolação ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de melhor futuro, e no Espiritismo que lhe dá a certeza desse futuro
“Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele. - Guia protetor.” (Sens, 1862.) ²
Não mais podemos esperar que as coisas aconteçam como por encanto, está mais que na hora de deixarmos nossa conhecida postura de acomodação, e sairmos em campo, enfrentando com disposição e confiança as dificuldades e empeços que nos surgirão, patrocinados pelos que não querem o desenvolvimento da mensagem espírita por ignorância de seu conteúdo, ou por interesses escusos, divulgando por todos os meios que nos forem possíveis, de forma fiel ao contido nas obras da codificação, começando de imediato a efetuar a tarefa que está reservada ao espiritismo de transformação da humanidade través da implantação do evangelho no coração do homem, que espera por nossa boa vontade e determinação.
Que o Mestre de Nazaré nos inspire e fortaleça nesse desafio e nos sustente com sua paz, hoje e sempre.
1) O Livro dos Espíritos – FEB, 76ª edição
2) Evangelho Segundo o Espiritismo - FEB, 36ª - Cap.XIII, item 19
Grifos nossos
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Chico Xavier

Utilidade geral

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Cartórios 24 horas.

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Que seja de bem proveito para alguém.

O Editor.

Pérolas da doutrina

Ensinamentos que não podemos Esquecer:

Livro dos Espíritos

459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.

621. Onde está escrita a lei de Deus?
“Na consciência.”

a) - Visto que o homem traz em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada?
“Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”

659. Qual o caráter geral da prece?
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer.”

660. A prece torna melhor o homem?
“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.”

a) - Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?
“O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.”

842. Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?
“Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse o sinal por quereconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa.”

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

893. Qual a mais meritória de todas as virtudes?
“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtudes sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”

899. Qual o mais culpado de dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a necessidade, devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui?
“Aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer. A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como freqüentemente sucede, já dela se não lembra.”909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?“Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”

911. Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?
“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios.Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em conseqüênciada sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir.Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”

912. Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?
“Praticar a abnegação.”

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

Livro dos Médiuns

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.
As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.

Fonte:Livro dos Médiuns – Cap. XIV, item 159

9ª Qual o médium que se poderia qualificar de perfeito?

"Perfeito, ah! bem sabes que a perfeição não existe na Terra, sem o que não estaríeis nela. Dize, portanto, bom médium e já é muito, por isso que eles são raros.Médium perfeito seria aquele contra o qual os maus Espíritos jamais ousassem, uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado."

Cap. XX, item 9

O Evangelho Segundo O Espiritismo

Advento do Espírito de VerdadeEspíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade."

O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
Cap. VI, item 5.
Grifos nossos.

JFCR Espiritista